Cansado da falta de consciência dos vizinhos, empresário instalou placas em postes com a advertência "Seja educado, não deixe a sujeira do seu cachorro na calçada". No entanto, o problema continua em sua rua Foto: Marília Camelo |
Além do incômodo, os dejetos de animais deixados nas calçadas trazem prejuízos à saúde das pessoas
O que leva uma pessoa a deixar de limpar a sujeira que seu animal faz na rua? Falta de educação? Desleixo? Falta de higiene? Para encontrar fezes de cachorro nas vias e praças mais movimentadas, basta dar uma volta no início da manhã, no fim da tarde e início da noite, horários em que os donos costumam levar seus bichos de estimação para passear. É um verdadeiro "campo minado" e, se quem caminha não estiver atento, pode pisar na sujeira. Além do incômodo, estes dejetos também podem causar várias doenças.Segundo a professora de doenças parasitárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Verônica Moraes Campello, os parasitas mais comuns, transmitidos pelas fezes de cães e gatos, são o ancylostoma spp, toxocara e o protozoário toxoplasma. O primeiro é o causador da larva migrans, mais conhecida como "bicho geográfico", exclusivo dos cães e que causa intenso prurido na pele, ao se movimentar.
Já o toxocara, que pode estar presente em cães e gatos, nos humanos, pode se alojar nos olhos e causar uma lesão na retina e cegueira parcial ou no fígado e rins, onde pode ocasionar uma forte reação alérgica. Enquanto o protozoário toxoplasma, transmissor da toxoplasmose, exclusivo dos felinos, pode causar aborto no primeiro trimestre gestacional ou morte do feto no segundo trimestre.
Apesar de muitos obstetras recomendarem que mulheres grávidas doem seus felinos, pelo risco de contágio da toxoplasmose, Verônica acredita que não há tanto perigo. "Desde que os donos tenham um manejo correto dos dejetos do animal, respeitando as regras de higiene e evitando o contato direto, não existe tanto risco de contágio. Inclusive, caso o animal seja abandonado por esse motivo, pode desenvolver a doença e transmiti-la na rua".
Para a professora, falta responsabilidade em muitos donos de animais. "O abandono ainda é muito grande e, em breve, iremos fazer uma campanha de conscientização sobre isso. A quantidade de animais abandonados no campus do Itaperi e no Parque do Cocó só aumenta. Isso não é correto", ressalta.
Educação
Sem paciência para chamar a atenção dos donos de cães da sua vizinhança, que insistiam em não coletar as fezes de seus cachorros, o empresário Paulo Moreno resolveu colocar placas nas ruas Coronel Alves Teixeira, Tomás Accioly, Carlos Vasconcelos e Monsenhor Bruno, no Dionísio Torres, no trecho entre a sua oficina mecânica e a sua casa, há cerca de oito meses, com a advertência "Seja educado, não deixe a sujeira do seu cachorro na calçada".
Como instalar placas em postes sem autorização é proibido pela Lei Municipal 8221/98, a maioria das advertências já foi retirada pela Prefeitura em 2012, e só restam duas na Rua Coronel Alves Teixeira.
Apesar das placas, alguns proprietários de cachorros continuam sem recolher as fezes dos animais. "Falta ética e educação, porque pensam que não existem outras pessoas no mundo", destaca o empresário. Paulo Moreno também tem um cachorro, mas nunca esquece de levar um saquinho para recolher as necessidades fisiológicas do animal.
Limpeza
A assessoria de imprensa da Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb) esclarece que os dejetos dos animais são recolhidos durante a varrição das praças e ruas.
No entanto, não há registro de campanhas educativas para a coleta das fezes dos animais.
KELLY GARCIAREPÓRTER
O que leva uma pessoa a deixar de limpar a sujeira que seu animal faz na rua? Falta de educação? Desleixo? Falta de higiene? Para encontrar fezes de cachorro nas vias e praças mais movimentadas, basta dar uma volta no início da manhã, no fim da tarde e início da noite, horários em que os donos costumam levar seus bichos de estimação para passear. É um verdadeiro "campo minado" e, se quem caminha não estiver atento, pode pisar na sujeira. Além do incômodo, estes dejetos também podem causar várias doenças.Segundo a professora de doenças parasitárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Verônica Moraes Campello, os parasitas mais comuns, transmitidos pelas fezes de cães e gatos, são o ancylostoma spp, toxocara e o protozoário toxoplasma. O primeiro é o causador da larva migrans, mais conhecida como "bicho geográfico", exclusivo dos cães e que causa intenso prurido na pele, ao se movimentar.
Já o toxocara, que pode estar presente em cães e gatos, nos humanos, pode se alojar nos olhos e causar uma lesão na retina e cegueira parcial ou no fígado e rins, onde pode ocasionar uma forte reação alérgica. Enquanto o protozoário toxoplasma, transmissor da toxoplasmose, exclusivo dos felinos, pode causar aborto no primeiro trimestre gestacional ou morte do feto no segundo trimestre.
Apesar de muitos obstetras recomendarem que mulheres grávidas doem seus felinos, pelo risco de contágio da toxoplasmose, Verônica acredita que não há tanto perigo. "Desde que os donos tenham um manejo correto dos dejetos do animal, respeitando as regras de higiene e evitando o contato direto, não existe tanto risco de contágio. Inclusive, caso o animal seja abandonado por esse motivo, pode desenvolver a doença e transmiti-la na rua".
Para a professora, falta responsabilidade em muitos donos de animais. "O abandono ainda é muito grande e, em breve, iremos fazer uma campanha de conscientização sobre isso. A quantidade de animais abandonados no campus do Itaperi e no Parque do Cocó só aumenta. Isso não é correto", ressalta.
Educação
Sem paciência para chamar a atenção dos donos de cães da sua vizinhança, que insistiam em não coletar as fezes de seus cachorros, o empresário Paulo Moreno resolveu colocar placas nas ruas Coronel Alves Teixeira, Tomás Accioly, Carlos Vasconcelos e Monsenhor Bruno, no Dionísio Torres, no trecho entre a sua oficina mecânica e a sua casa, há cerca de oito meses, com a advertência "Seja educado, não deixe a sujeira do seu cachorro na calçada".
Como instalar placas em postes sem autorização é proibido pela Lei Municipal 8221/98, a maioria das advertências já foi retirada pela Prefeitura em 2012, e só restam duas na Rua Coronel Alves Teixeira.
Apesar das placas, alguns proprietários de cachorros continuam sem recolher as fezes dos animais. "Falta ética e educação, porque pensam que não existem outras pessoas no mundo", destaca o empresário. Paulo Moreno também tem um cachorro, mas nunca esquece de levar um saquinho para recolher as necessidades fisiológicas do animal.
Limpeza
A assessoria de imprensa da Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Emlurb) esclarece que os dejetos dos animais são recolhidos durante a varrição das praças e ruas.
No entanto, não há registro de campanhas educativas para a coleta das fezes dos animais.
KELLY GARCIAREPÓRTER
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