Nas ruas, grande parte das pessoas ficou sabendo do reajuste somente ao subir no ônibus. Nos terminais, o aumento era o principal assunto FOTO: JOSÉ LEOMAR |
Procuradoria Geral do Município recorreu da decisão judicial que reajustou a tarifa de ônibus na Capital
A Prefeitura de Fortaleza recorreu contra a decisão judicial que determinou o aumento da tarifa de ônibus da Capital. Em nota, a gestão reforçou a afirmativa que administração municipal não tinha conhecimento do processo movido pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus) e que não havia sido notificada oficialmente da decisão a favor do aumento da passagem.
Avisa, ainda, a nota, que, caso o reajuste seja consolidado, a causa será, exclusivamente, por conta da decisão judicial. Sobre a expectativa em relação ao resultado, o procurador geral do Município, Martônio Mont´Alverne, disse que só iria se pronunciar após o resultado da decisão.
Enquanto isso, nas ruas da Capital, grande parte da população foi pega de surpresa quando saiu de casa ontem pela manhã. A diarista Maria Nilda dos Santos, 53, pegou o coletivo cedo, como de costume, na manhã de ontem, para se deslocar ao trabalho. Só neste momento é que a ela ficou sabendo do aumento, divulgado na noite da última segunda-feira.
Quem andou de ônibus a partir da 0 hora de ontem já pagou o valor reajustado, que passou de R$ 2,00 para R$ 2,25 a inteira, e de R$ 1,00 para R$ 1,10 a meia. "No ônibus que eu estava a reclamação foi geral. Tinha muita gente sem a passagem completa e precisou pedir emprestado para outros passageiros. Isso não se faz. Deveriam ter nos dados um tempo maior", disse Nilda.
Usuários
No Terminal do Papicu, o comentário era um só: o reajuste. Contudo, mesmo diante da repercussão, ainda havia muitos usuários desinformados. Foi o caso da promotora de vendas Joselina Sousa, 37, que ficou sabendo apenas ao ser abordada pela reportagem do Diário do Nordeste.
Para ela, um aumento que não condiz com a atual situação do transporte público da cidade. "Pelos ônibus que a gente tem, desconfortáveis, sempre lotados, que demoram a passar, e com muitos motoristas sem respeito pelos passageiros, essa passagem está muito é cara".
O garçom Giuliano Meireles, 33, se preocupa com o impacto que essa mudança trará ao seu bolso e acredita que o reajuste não veio em um bom momento, especialmente se tratando dessa época. "O prejudicado é sempre o usuário. Eu, inclusive, acho que esse aumento já é uma articulação do próximo governo".
Na praça Coração de Jesus, no Centro da Cidade, onde é grande a movimentação de usuários de ônibus, as mesmas reações negativas foram presenciadas em virtude do reajuste da tarifa. A vendedora Karla Mendes, 32, paga sua passagem em dinheiro e, por sorte, ficou sabendo do aumento por comentários ainda na segunda-feira à noite. A mesma sorte, segundo ela, não tiveram várias pessoas no ônibus em que estava para ir ao trabalho, ontem. "Todo mundo dava R$ 2,00 e levava um susto quando o cobrador dizia que era R$2,25", ressalta.
Sobre o acréscimo de R$ 0,25 a mais em cada passagem inteira, a vendedora diz não entender o porquê desse valor e lamenta o gasto a mais que terá, juntando as suas passagens e as da filha adolescente. "Acho que isso prejudicará o troco para a gente. Eu pego dois ônibus por dia e minha filha três. Ao todo, serão R$ 0,80 centavos a mais por dia de gasto. Para mim é muita coisa, veja no fim do mês quanto isso dará".
De acordo com informações do Sindiônibus, o valor do reajuste foi decidido baseado nas planilhas de custo, que compreendem gastos com pneus, mão de obra, encargos sociais, combustível, e aquisição de novos carros para a frota.
Sobre o anúncio repentino, a assessoria de imprensa do órgão esclareceu que a decisão ocorreu atendendo à determinação judicial, que datava o aumento às 0 hora do dia 11 de dezembro tendo o Sindiônibus recebido essa informação somente na tarde da segunda-feira. Ainda segundo a assessoria, os créditos adquiridos anteriormente ao dia 11, seja na carteira de estudante, ou no passe card, continuam a ser debitados nos valores antigos.
Etufor sugere aos usuários acionar o Ministério Público
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) avisa que os passageiros podem recorrer ao Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) contra o aumento da tarifa de ônibus.
Segundo a Etufor, o aumento da tarifa não cumpriu a Lei 8.968, do dia 14 de setembro de 2005, que torna obrigatório informar qualquer reajuste dez dias antes da mudança, o que não ocorreu em Fortaleza, já que a tarifa foi divulgada com menos de 24 horas de antecedência.
Ainda de acordo com a Etufor, não houve nenhuma reunião com a Prefeitura no sentido de discutir o reajuste determinado na tarde de segunda. Por enquanto, os preços da tarifa social, de R$ 1,80 inteira e R$ 0,90 a meia, que ocorre aos domingos, continuam, assim como os valores cobrados na hora social.
Para o órgão, o passageiro não tem obrigação de estar informado sobre o aumento da passagem em tão pouco tempo.
Lei
O superintendente técnico do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), Pessoa Neto, informou que a Lei citada pela Etufor obriga a Prefeitura a se pronunciar antecipadamente sobre o reajuste.
O Sindiônibus afirmou que procurou a Prefeitura de Fortaleza por diversas vezes para que fosse cumprida uma cláusula de concessão, que obriga o Município a realizar uma revisão de tarifa em novembro. No mês passado, o sindicato teria entrado em contato de maneira informal, e depois, por meio de um ofício para que ocorresse o estudo, mas não recebeu resposta.
No ofício enviado à Prefeitura de Fortaleza, o valor da planilha informava o aumento da passagem para o valor de R$ 2,27, mas a Justiça decidiu por R$ 2,25 (inteira).
Com informações da Redação do Diário do Nordeste Online
THAYS LAVOR E RENATO BEZERRAREPÓRTER E ESPECIAL PARA CIDADE
A Prefeitura de Fortaleza recorreu contra a decisão judicial que determinou o aumento da tarifa de ônibus da Capital. Em nota, a gestão reforçou a afirmativa que administração municipal não tinha conhecimento do processo movido pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus) e que não havia sido notificada oficialmente da decisão a favor do aumento da passagem.
Avisa, ainda, a nota, que, caso o reajuste seja consolidado, a causa será, exclusivamente, por conta da decisão judicial. Sobre a expectativa em relação ao resultado, o procurador geral do Município, Martônio Mont´Alverne, disse que só iria se pronunciar após o resultado da decisão.
Enquanto isso, nas ruas da Capital, grande parte da população foi pega de surpresa quando saiu de casa ontem pela manhã. A diarista Maria Nilda dos Santos, 53, pegou o coletivo cedo, como de costume, na manhã de ontem, para se deslocar ao trabalho. Só neste momento é que a ela ficou sabendo do aumento, divulgado na noite da última segunda-feira.
Quem andou de ônibus a partir da 0 hora de ontem já pagou o valor reajustado, que passou de R$ 2,00 para R$ 2,25 a inteira, e de R$ 1,00 para R$ 1,10 a meia. "No ônibus que eu estava a reclamação foi geral. Tinha muita gente sem a passagem completa e precisou pedir emprestado para outros passageiros. Isso não se faz. Deveriam ter nos dados um tempo maior", disse Nilda.
Usuários
No Terminal do Papicu, o comentário era um só: o reajuste. Contudo, mesmo diante da repercussão, ainda havia muitos usuários desinformados. Foi o caso da promotora de vendas Joselina Sousa, 37, que ficou sabendo apenas ao ser abordada pela reportagem do Diário do Nordeste.
Para ela, um aumento que não condiz com a atual situação do transporte público da cidade. "Pelos ônibus que a gente tem, desconfortáveis, sempre lotados, que demoram a passar, e com muitos motoristas sem respeito pelos passageiros, essa passagem está muito é cara".
O garçom Giuliano Meireles, 33, se preocupa com o impacto que essa mudança trará ao seu bolso e acredita que o reajuste não veio em um bom momento, especialmente se tratando dessa época. "O prejudicado é sempre o usuário. Eu, inclusive, acho que esse aumento já é uma articulação do próximo governo".
Na praça Coração de Jesus, no Centro da Cidade, onde é grande a movimentação de usuários de ônibus, as mesmas reações negativas foram presenciadas em virtude do reajuste da tarifa. A vendedora Karla Mendes, 32, paga sua passagem em dinheiro e, por sorte, ficou sabendo do aumento por comentários ainda na segunda-feira à noite. A mesma sorte, segundo ela, não tiveram várias pessoas no ônibus em que estava para ir ao trabalho, ontem. "Todo mundo dava R$ 2,00 e levava um susto quando o cobrador dizia que era R$2,25", ressalta.
Sobre o acréscimo de R$ 0,25 a mais em cada passagem inteira, a vendedora diz não entender o porquê desse valor e lamenta o gasto a mais que terá, juntando as suas passagens e as da filha adolescente. "Acho que isso prejudicará o troco para a gente. Eu pego dois ônibus por dia e minha filha três. Ao todo, serão R$ 0,80 centavos a mais por dia de gasto. Para mim é muita coisa, veja no fim do mês quanto isso dará".
De acordo com informações do Sindiônibus, o valor do reajuste foi decidido baseado nas planilhas de custo, que compreendem gastos com pneus, mão de obra, encargos sociais, combustível, e aquisição de novos carros para a frota.
Sobre o anúncio repentino, a assessoria de imprensa do órgão esclareceu que a decisão ocorreu atendendo à determinação judicial, que datava o aumento às 0 hora do dia 11 de dezembro tendo o Sindiônibus recebido essa informação somente na tarde da segunda-feira. Ainda segundo a assessoria, os créditos adquiridos anteriormente ao dia 11, seja na carteira de estudante, ou no passe card, continuam a ser debitados nos valores antigos.
Etufor sugere aos usuários acionar o Ministério Público
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) avisa que os passageiros podem recorrer ao Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) contra o aumento da tarifa de ônibus.
Segundo a Etufor, o aumento da tarifa não cumpriu a Lei 8.968, do dia 14 de setembro de 2005, que torna obrigatório informar qualquer reajuste dez dias antes da mudança, o que não ocorreu em Fortaleza, já que a tarifa foi divulgada com menos de 24 horas de antecedência.
Ainda de acordo com a Etufor, não houve nenhuma reunião com a Prefeitura no sentido de discutir o reajuste determinado na tarde de segunda. Por enquanto, os preços da tarifa social, de R$ 1,80 inteira e R$ 0,90 a meia, que ocorre aos domingos, continuam, assim como os valores cobrados na hora social.
Para o órgão, o passageiro não tem obrigação de estar informado sobre o aumento da passagem em tão pouco tempo.
Lei
O superintendente técnico do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), Pessoa Neto, informou que a Lei citada pela Etufor obriga a Prefeitura a se pronunciar antecipadamente sobre o reajuste.
O Sindiônibus afirmou que procurou a Prefeitura de Fortaleza por diversas vezes para que fosse cumprida uma cláusula de concessão, que obriga o Município a realizar uma revisão de tarifa em novembro. No mês passado, o sindicato teria entrado em contato de maneira informal, e depois, por meio de um ofício para que ocorresse o estudo, mas não recebeu resposta.
No ofício enviado à Prefeitura de Fortaleza, o valor da planilha informava o aumento da passagem para o valor de R$ 2,27, mas a Justiça decidiu por R$ 2,25 (inteira).
Com informações da Redação do Diário do Nordeste Online
THAYS LAVOR E RENATO BEZERRAREPÓRTER E ESPECIAL PARA CIDADE
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