Prefeito Cláudio Pessoa(PSDB) |
Em meio ao clima de tensão política que marcou o fim da semana no Interior do
Estado, a Justiça determinou a prisão do prefeito de Canindé, Cláudio Pessoa
(PSDB), e do secretário municipal de Finanças, Jorge Luís Coelho, por
descumprimento de ordem judicial. A sentença do juiz Antônio Josimar de Almeida
aponta que os gestores deixaram de pagar o salário da vice-prefeita, Rozário
Ximenes (DEM), referente aos meses de junho e julho deste ano. Rozário e Pessoa
estão rompidos politicamente desde o começo do mandato.
De acordo com informações do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), em julho deste ano, o juiz deferiu liminar mandando que o prefeito pagasse o salário de maio e junho de Rozário. A decisão, no entanto, não foi totalmente cumprida – a Prefeitura teria repassado apenas o valor do mês de maio. Em nova decisão, em agosto, o juiz fixou prazo de 24 horas para que a Prefeitura emitisse de vez o pagamento. Novamente, a ordem não foi obedecida e, na manhã de ontem, a ordem de prisão do prefeito e do secretário foi decretada.
O juiz Antônio Josimar também mandou prender a secretária de Educação, Maria
Rosemary Cardoso. Segundo o magistrado, ela também teria desobedecido a Justiça
ao não repassar valores de pensões alimentícias a beneficiários de servidores da
Prefeitura. Almeida verificou que muitos servidores tiveram debitados dos
salários do mês de agosto valores referentes a pensões alimentícias. Entretanto,
os beneficiários não receberam o dinheiro.
Outro lado
Até as 20 horas de ontem, nenhum dos gestores
haviam sido encontrados pela Polícia em Canindé. Ao O POVO, o
advogado da Prefeitura, Marcos Macedo, afirmou que não houve descumprimento
judicial, mas um problema bancário que impediu o pagamento da vice-prefeita e
das pensões alimentícias.
Segundo Macedo, o Município passa por desequilíbrio financeiro em decorrência
de dívidas de gestões anteriores e que, por isso, o pagamento de vários
servidores teria atrasado. “No caso específico da vice-prefeita, os pagamentos
foram encaminhados ao banco há dois dias, mas houve atraso na operacionalização
desses pagamentos”, argumentou o advogado. Segundo ele, o prefeito e os
secretários enviaram ao juiz toda a documentação que supostamente comprova os
repasses. Até as 20h30min de ontem, eles aguardavam a possibilidade de o juiz
reverter a ordem de prisão.
O POVO tentou falar com os acusados, mas eles não foram localizados.
Hébely Rebouças hebely@opovo.com.br
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