segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Aprendiz de 'pofexô'

 

A ideia de Jardel, inicialmente, é ser treinador apenas de atacantes, como acontece na Europa.
 
As aventuras de ex-jogadores pela carreira de técnico são comuns. Do perna-de-pau ao fora de série, é fácil ver gente pendurando a chuteira e pegando a prancheta. O argumento: seguir no futebol e passar aquilo que aprendeu nos gramados. É o caso de Jardel.
O agora ex-atacante anunciou aposentadoria há dois meses e já está na busca de ser mais um boleiro a se tornar treinador de futebol. O começo, pelo menos, é bem promissor. Dono de uma história vitoriosa no Grêmio, ele retornou ao Olímpico para um período de estágio com Vanderlei Luxemburgo, com quem trabalhou a na seleção brasileira e diz ter muita admiração.

O cearense passou por um curso de treinador no Rio Grande do Sul e, desde a última segunda-feira, está com caderninho e caneta a mãos, na cola do ‘pofexô’. A intenção é aprender, através de conversas com Luxemburgo e comissão técnica, como seu tutor organiza a equipe do tricolor na disputa do Campeonato Brasileiro, adquirindo noções táticas sobre o Grêmio que briga na parte de cima da tabela de classificação.

Jardel conquistou fama de goleador por onde passou. Vestindo a camisa 16 do clube gaúcho, em 1995 e 1996, o cearense balançou as redes em jogos decisivos e levou o time a conquistas de dois Estaduais, uma Recopa sul-americana e uma Libertadores, da qual foi artilheiro em 1995.

Essa característica do atacante pesou para que se identificasse com um jogador em especial neste retorno ao Grêmio. André Lima, que veste o mesmo número de Jardel, conquistou a admiração do ídolo tricolor. Segundo o ex-atacante, trata-se de um jogador de área que tem traços semelhantes ao dele. “Ele é um jogador de área e cabeceia bem”, disse em entrevista à imprensa gaúcha, após treino do Grêmio.

Como um estudante que acaba de ingressar na faculdade dos sonhos, Jardel se mostra com muita sede de aprendizado. Resta saber se, na nova carreira, o sucesso será tão grande quanto foi em sua relação com a meta adversária.
Perfil do goleador

Rei do cabeceio
Jardel iniciou sua carreira em 1990, vestindo as cores do Ferroviário. Logo cedo, o atacante mostrou faro de goleador e partiu rumo ao Vasco. Porém, o grande sucesso de Jardel foi no Grêmio, onde conquistou seus principais títulos e ganhou visibilidade internacional.
Em Portugal, o cearense se tornou ídolo no Porto. O camisa 16 ficou marcado por seu forte cabeceio, com precisão de chute. Durante a carreira instável, Jardel atuou por 21 clubes.

André Victor Rodrigues andrevictor@opovo.com.br

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