A atividade, autorizada pelo Ibama e apoiada pelo Governo do Estado, acontece desde 2005 e ajuda o setor ceramista
Russas A cadeia produtiva do cajueiro alimenta a economia até mesmo quando não tem mais caju. Há pelo menos sete anos, certificado pelo Ibama e com apoio governamental, a madeira dos cajueiros serve de lenha para as olarias nos Municípios do Vale do Jaguaribe, responsável pela maior parte do abastecimento de telha colonial no Nordeste.
A poda de resíduos de cajueiro, ou mesmo a retirada dessas árvores antigas e já sem produtividade, atua no combate a cupins e pragas nessas frutíferas. A parceria de sucesso foi uma ação do Sindicato dos Produtores de Caju no Ceará (Sincaju), e torna-se mais importante como estratégia no combate à crise de produção.
A poda de resíduos de cajueiro, ou mesmo a retirada dessas árvores antigas e já sem produtividade, atua no combate a cupins e pragas nessas frutíferas. A parceria de sucesso foi uma ação do Sindicato dos Produtores de Caju no Ceará (Sincaju), e torna-se mais importante como estratégia no combate à crise de produção.
Os órgãos fiscais do meio ambiente estão de olho na regularidade do setor ceramista no Ceará. E porque muitas olarias utilizavam madeira proibida por lei, a "lenha branca", algumas empresas foram fechadas pela Justiça, comprometendo a atividade econômica.
Com fins nessa regularização, e diante da própria necessidade de poda das árvores de caju em preparação à produção, ou mesmo à derrubada para renovação de pomar, o presidente da Sincaju, o agrônomo Paulo de Tarso Meyer Ferreira, solicitou junto ao Ibama e outros órgãos federais que a madeira do cajueiro pudesse ser usado como lenha para as olarias no Ceará, especialmente em Russas.
"Foi uma ação que iniciamos em 2005, conseguimos apoio do Governo do Estado, e o que ocorreu foi que, além de ajudarmos o setor ceramista, combatemos as pragas que atacam o caju e conseguimos dar vazão econômica mesmo quando já não há mais caju", afirma Paulo de Tarso. Assim, o produtor consegue renda com os resíduos da poda e no período após a produção".
De acordo com o Sincaju, a poda traz benefícios aos pomares de cajueiro. O seu manejo é essencial para a produtividade em quantidades viáveis. A substituição de copas de plantas já improdutivas por clones selecionados de cajueiro anão precoce possibilita que madeira seja encaminhada para o setor ceramista.
Autorização
Para isso, o sindicato obteve uma autorização do Ibama para fazer somente o transporte da madeira de cajueiro. A venda para olarias e padarias, que usam o resíduo como lenha, diminui o custo de produção dos plantadores. De quebra, esse fornecimento para o setor evita que ocorra mais desmatamento para a produção de lenha. "Ficamos felizes de ver o sucesso das cerâmicas no Ceará, porque sabemos que contribuímos para isso, e é uma honra da qual não queremos abrir mão", dia Paulo de Tarso.
Conforme matéria publicada, na última terça-feira na Vitrine do Comércio, Russas abastece cerca de 70% do mercado de telha colonial do Nordeste. O rendimento vai da extração da poda do cajueiro até o carregamento do produto final aos estados consumidores. Na cidade, as olarias geram aproximadamente quatro mil empregos.
A indústria de processamento da castanha de caju está entre os líderes na pauta de exportações do Ceará. Existem pelo menos 50 Municípios com produção permanente de cajueiro, abastecendo a cadeia produtiva.
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o agronegócio do caju no Ceará movimenta 150 mil empregos no campo e 20 mil empregos na indústria e serviços. Estima-se que, em todo o Estado, atuem cerca de 60 mil produtores de caju, a maioria com plantios de até 20 hectares.
MELQUÍADES JÚNIORREPÓRTER
Nenhum comentário:
Postar um comentário