sábado, 7 de julho de 2012

Crescem 44,2% exames de mamografias no SUS


Apesar do aumento de procedimentos, a mortalidade pelo câncer de mama subiu 102%, entre 2000 e 2010
O Ceará teve um aumento de 44,2% no número de mamografias realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), se comparado o primeiro trimestre de cada ano, desde 2010. Nos últimos três anos, foram feitos 18.182 exames desta natureza. Já em 2011, esse valor foi para 19.265 e, em 2012, o quantitativo soma 26.228 mamografias.

O Estado tem, atualmente, 114 mamógrafos funcionando, dos quais
79 são de comando simples, e apenas 35 permitem melhor diagnóstico
FOTO: ALEX PIMENTEL

O crescimento detectado no Estado foi maior que a média nacional. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o País registrou, em 2012, um aumento de 19% no total destes procedimentos.

Apesar da variação, o Ceará ainda vive em estado de epidemiologia para este câncer. Isso porque, há dez anos, a mortalidade para esta neoplasia só cresce. De acordo com o Departamento de Informática do SUS (Datasus), no intervalo de 2000 para 2010, houve um aumento de 102% na mortalidade por neoplasias malignas de mama.
Para se ter uma ideia, em 2000 morreram 243 mulheres por esse tipo de tumor. Já em 2010, esses óbitos subiram para 493. Para o mastologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), Fernando Melo, só haverá uma redução na mortalidade daqui há alguns anos, com a disseminação das mamografias.

O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES Net), do Ministério da Saúde, aponta que, hoje, o Ceará possui, em uso, exatos 114 mamógrafos. Destes, 79 são de comando simples e 35 são com estereotaxia, que permite um melhor diagnóstico de imagem.

Para Fernando Melo, esse quantitativo é louvável, porém, três obstáculos têm que ser transpostos para que consigamos reduzir a mortalidade pelo câncer de mama em mulheres.

Qualidade

"Primeiro de tudo, temos que melhorar a qualidade destes equipamentos. Muitos, sequer, possuem o selo do Colégio Brasileiro de Radiologia. Depois, temos que redistribuir melhor estes equipamentos e, por último, tem que haver uma sensibilização maior por parte das secretarias municipais na liberação de exames de biopsia estereotaxia", disse o mastologista do ICC.

Segundo Melo, a maior parte destes equipamentos estão na Capital. O CNES Net ratifica o que o médico diz. Segundo o sistema, 60% dos mamógrafos do Estado estão em Fortaleza, ou seja, exatos 69 equipamentos. "Não faltam aparelhos, muitos estão ociosos e mal distribuídos. É preciso consertar o erro e melhor redistribuir", diz Melo.

Em março de 2011, o governo federal lançou o Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama. O programa prevê o fortalecimento da rede de prevenção, diagnóstico e tratamento destas neoplasias.

Os investimentos giram em R$ 4,5 bilhões até 2014. No ano passado, o SUS ampliou em 22% os recursos para assistência oncológica no Brasil. O Ministério da Saúde fechou 2011 com um investimento de R$ 2,2 bilhões no setor - em 2010, foi R$ 1,8 bilhão. Esse aumento de investimento serviu para ampliar e qualificar a assistência aos pacientes em hospitais públicos e privados que compõem o SUS, incluindo o câncer de mama.

THAYS LAVORREPÓRTER

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