Doações são importantes porque compatibilidade entre familiares é de apenas 25%, segundo o Hemoce
No próximo dia 12, faz um mês que a pequena Luiza, de apenas nove meses, faleceu em decorrência de uma leucemia. Não por falta de tratamento ou apoio. O caso dela ganhou as redes sociais, mobilizou milhares de pessoas e deu ainda mais força ao grupo Coisas de Mãe, que hoje reúne mais de 4.500 pessoas no Facebook.
A partir do grupo, nasceu o Movimento Luiza que, domingo próximo, de 16 às 19 horas, na praça do Santuário de Fátima, terá seu ponto alto. Familiares da menina, apoiadores do movimento e organizadores da ação farão um ato em homenagem a crianças que faleceram devido à leucemia. A ideia é mobilizar possíveis doadores de medula óssea e alertar para a importância de renovar o cadastro de doadores.
A partir do grupo, nasceu o Movimento Luiza que, domingo próximo, de 16 às 19 horas, na praça do Santuário de Fátima, terá seu ponto alto. Familiares da menina, apoiadores do movimento e organizadores da ação farão um ato em homenagem a crianças que faleceram devido à leucemia. A ideia é mobilizar possíveis doadores de medula óssea e alertar para a importância de renovar o cadastro de doadores.
Homenagens
Na ocasião, cinco crianças, em especial, serão lembradas: a própria Luiza Ramos, cuja leucemia foi descoberta aos seis meses de idade; o menino Kaio Cardoso, que conseguiu o transplante de medula óssea e se curou da anemia aplástica; e outras três crianças que estão em tratamento. As mães dos cinco conseguiram e ainda têm apoio do grupo criado pela advogada Mágila Rocha. Ela é mãe do Lucas (14 anos), Marcelo Filho (13), Gabriel (9) e grávida da Amanda, todos eles saudáveis.
"Sempre me perguntam por que entrei nessa luta. No grupo, a gente falava muito de virose, mas acabou vendo que a leucemia era mais comum do que parecia. E percebi que as mães que estão nos hospitais, com os filhos internados, não podem fazer muito porque a dedicação é para as crianças, para o tratamento", justifica. "Fui chamada pelo amor, não pela dor", conclui.
A mãe da Luiza, por exemplo, Manuela Ramos, ficou 50 dias sem ir para casa, entre os três meses e quatro dias de internação, tratamento e algumas passagens pela própria casa.
"É um processo muito doloroso. No hospital, a gente vê mães que não têm a menor noção da gravidade da doença. O que eu quero é que outras mães não sintam o que eu senti quando ouvi que minha filha tinha sofrido uma parada cardíaca e não resistiu", desabafa, concluindo que, sozinha, sem a ajuda do grupo, "não conseguiria".
Manuela conta que muitas vezes não queria sequer sair de casa, da cama. Conta, ainda, que viveu a dor por uma semana, mas logo depois se envolveu nas ações para o próximo domingo. "Não sei qual vai ser a minha reação no dia, não sei como vai ser depois. São coisas que estou adiando para ajudar outras crianças", revela. Ela conta que, por conta dos preparativos, nem voltou ao Cemitério Parque da Paz para colocar o nome da filha na lápide. A outra ocupação - e que não é pouca - é dedicação aos outros filhos, Sofia, de 7 anos, e Pedro, de 3. "Eu sei que existe o meu tempo. E tudo tem seu tempo", reflete a mãe.
Entre familiares, a compatibilidade é de apenas 25%. Segundo a advogada Mágila Rocha, durante o evento haverá um momento em que um helicóptero lançará flores. Além disso, haverá distribuição de lanche e doces para as crianças.
Atualização do cadastro
Algo a ser enfatizado no dia, como explica a voluntária, é a importância da atualização do cadastro de doadores de medula óssea. Pode parecer pouco, mas não fornecer à rede o novo endereço ou número de telefone pode culminar com uma doação perdida. É que acontece de o doador ser detectado, mas não localizado devido às informações modificadas.
Por isso, no domingo, na praça da igreja haverá Unidade Móvel do Hemoce (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará) para fazer novos cadastros de doadores e atualização de dados. Já na igreja, no salão paroquial, será realizada a coleta de 10ml de sangue de cada doador, segundo a assessoria de imprensa do Hemoce. Para doar, é preciso ter entre 18 e 55 anos, estar saudável, não ter tido doença sexualmente transmissível, Aids ou câncer e apresentar RG e comprovante de endereço.
As características genéticas serão colocadas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) para consulta quando necessário. A assessoria lembra que é importante não vincular a doação à pessoa. É possível salvar, por exemplo, uma criança aqui ou um adulto em outro Estado.
No Ceará, há aproximadamente 107 mil registros cadastrados para doação de medula óssea. Aqui, para atualizar dados junto ao Hemoce basta enviar e-mail para nucleo.medula@hemoce.ce.gov.br.
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