Nesta segunda-feira (14), Carolina Dieckmann deu uma entrevista exclusiva ao Jornal Nacional. Foi a primeira vez que ela tratou sobre o assunto desde que fez a denúncia à polícia.
Patrícia Poeta encontrou uma Carolina mais tranquila, na tarde desta segunda-feira (14), no Rio. Ela estava aliviada, depois de dias de exposição da intimidade, constrangimento e chantagens.
JN: A polícia ter chegado aos suspeitos te tranquiliza? Dá certo alívio?
Carolina Dieckmann: Acho que agora eu vou poder voltar a viver, porque minha vida estava suspensa. Enquanto não aparecessem essas pessoas, acho que não seria possível ficar totalmente tranquila.
JN: Você chegou a pensar em pagar e aceitar o que era pedido?Carolina Dieckmann: Não, nunca.
Foram três semanas desde que o secretário de Carolina recebeu o primeiro telefonema do chantagista. Até que veio a notícia.
JN: Você ficou sabendo por quem que as suas fotos já estavam na internet?
Carolina Dieckmann: Pelo Alex, meu empresário. Eu estava em um ensaio do filme que eu vou fazer, em São Paulo. Aí eu peguei meu celular na hora de ir embora e tinha escrito: “As fotos vazaram, me liga urgente”. Liguei para a Ana, que trabalha na minha casa, e falei: “Desliga a internet”. Davi, meu filho de 13 anos, estava em casa. Tinha muito medo de ele ver aquelas fotos e não estar lá para explicar. Minha preocupação era só falar para desligar a internet, que eu não queria que ele tivesse acesso àquilo. Fui para a casa de uma amiga, que me deu um calmante. Fiquei muito nervosa de estar fora de casa, de não estar perto da minha família.
JN: Como isso afetou a sua família?
Carolina Dieckmann: Nunca tirei foto nua, e isso não é uma questão só moral. Eu poderia fazer um filme nua, uma novela em que aparecesse alguma coisa, mas a coisa de me expor nua tem muito a ver com ter um filho de 13 anos. Sempre botei isso abertamente. Nessa hora em que tudo isso aconteceu, ficava pensando: “O que é pior, uma mãe nua ou que aceita chantagem?”.
JN: Como ele reagiu a toda essa história?
Carolina Dieckmann: Foi muito maduro. Ele falou o tempo inteiro que era uma coisa minha, que tinha a ver com o trabalho que escolhi, minha fama, o próprio interesse das pessoas por isso. E que estava tudo certo, que se alguém perguntasse alguma coisa, ele diria: “É coisa da minha mãe.”
JN: Ele te deu força nessa hora?
Carolina Dieckmann: Deu e acho que ele está orgulhoso de mim.
JN: Tiago, seu marido, acompanhou tudo muito de perto. Foi seu parceiro.
Carolina Dieckmann: Foi muito bom para mim. Eu me lembro que estava chorando muito no carro. Eu falava: “Tiago, e agora?”. Ele: “Amor, calma. Ninguém morreu, ninguém tem câncer terminal. Você é linda, as fotos eram para mim. Está tudo certo”. Tinha todo um turbilhão de coisas acontecendo. Não era só o Tiago. Era eu, era meu filho, minha carreira, minha imagem e minha intimidade. E o mais louco é que não fiz nada de errado.
JN: Qual foi a sensação de ver essas fotos sendo roubadas e publicadas em sites de pornografia fora do Brasil?
Carolina Dieckmann: Pior para mim foi ter sido roubada desse jeito. A pessoa ter tentado tirar de dinheiro de mim com uma informação sobre a qual ela não tem direito. Não é dele, é minha.
JN: Você vê diferença entre o crime digital do qual você foi vítima e um crime convencional?
Carolina Dieckmann: Não. É uma sensação de faca no peito.
JN: Que tipo de punição você acha que essas pessoas devem ter? Que roubaram e divulgaram suas fotos?
Carolina Dieckmann: Não sei.
JN: O que você espera?
Carolina Dieckmann: Justiça. Quero o que for justo.
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