sexta-feira, 11 de maio de 2012

Hospitais particulares também estão lotados


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Lotação dos hospitais está de 30 a 40% maior que o normal devido ao número de pacientes que apresentam, principalmente, sintomas de virose FOTO: JOSÉ LEOMAR
 
Unidades privadas responsabilizam a Unimed Fortaleza pela lotação, justificando remuneração indevida
Lotação em emergência de hospital não é exclusividade da rede pública. Unidades particulares estão com o atendimento de urgência e emergência afogados e, agora, não responsabilizam apenas a demanda crescente. Em nota veiculada ontem, oito hospitais particulares assumem que a capacidade está esgotada e que não há condição de ampliação. As unidades associam a situação à "postura adotada pela operadora Unimed Fortaleza, que insiste em não remunerar os atendimentos de forma adequada".Para o médico Cláudio Rocha, diretor do Hospital São Mateus, o sistema de saúde da Capital está vivendo um momento de caos, com todas as unidades da rede particular atendendo acima da capacidade instalada. "Estamos com um fluxo diário de 30% a 40% superior ao considerado aceitável", afirma.

Para ele, a população está em constante crescimento e desenvolvimento econômico, viabilizando, assim, a aquisição de mais planos de saúde. Isso tornaria o problema ainda maior, uma vez que as unidades de saúde não serão capazes de atender à demanda. "Se hoje não estamos conseguindo dar conta, imagine daqui a alguns anos", frisa.

Além disso, o médico destaca que a relação entre os hospitais e as operadoras enfrenta um momento de grande dificuldade, já que, atualmente, todos os planos de saúde pagam um valor inferior ao necessário para a uma manutenção de qualidade.

Sobreviver
"Os serviços estão sendo pagos de uma maneira que os hospitais não conseguem sobreviver", reclama. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes, o fato já obrigou muitos profissionais a fecharem os seus consultórios, e a insuficiência de profissionais tem sido a queixa constante dos médicos em atividade.

Pontes afirma que 44 hospitais fecharam as portas nos últimos dez anos e que o desenvolvimento do sistema não acompanha o aumento dos problemas. "Mesmo que todos os hospitais prometidos pelo governo sejam inaugurados hoje, o problema não seria resolvido. É uma situação que tem que ser repensada, não sendo bom para a população e nem para os médicos", diz.

Em nota, a Unimed Fortaleza informa que "o cenário é delicado para todos os serviços de urgências e emergências e requer atenção constante, devido à situação ocasionada pela crescente demanda do número de casos de viroses no Estado".

A empresa ainda informa que está reforçando o contingente de profissionais e recursos na área assistencial.

ENQUETE
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"É desgastante enfrentar, hoje, uma emergência de hospital. Está sempre muito lotado e com longo tempo de espera. Quem está doente tem pressa, não pode esperar muito"

Iara SousaBabá

"O serviço tem piorado gradativamente. Em todos os hospitais, as recepções estão lotadas e a gente perde, no mínimo, uma manhã na fila de espera. Está parecendo o SUS"

Francisco Donizete LimaBancário

RENATO BEZERRAESPECIAL PARA CIDADE

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