Ligações registradas pela Disque 100 tiveram um aumento de 68% entre os primeiros meses de 2011 e 2012
Magrinhas, vestidas ainda com roupas de criança, elas se maqueiam, calçam salto alto para se travestirem de mulheres. Eles, apesar da baixa estatura e do corpo esguio, muitas vezes, são usados como objetos. Com 96 denúncias registradas no Disque 100 de janeiro até abril deste ano, o Ceará é considerado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República o oitavo Estado do Brasil em número de denúncias. O primeiro é a Bahia, com 250 notificações, seguido do Rio de Janeiro, com 216, e São Paulo, que efetuou 204.
Os casos de violência sexual, incluindo abuso e exploração, também estão sendo mais denunciados. No Ceará, nos primeiros quatro meses de 2011, foram 920 ligações registradas. Neste ano, em igual período, foram 1.546, o que corresponde a um aumento de 68%. Porém, o número de ocorrências poderia ser maior se o Disque Direitos Criança e Adolescente (DDCA), da Prefeitura de Fortaleza, estivesse funcionando. O serviço, desde março, está parado para reformulação no atendimento das vítimas.Magrinhas, vestidas ainda com roupas de criança, elas se maqueiam, calçam salto alto para se travestirem de mulheres. Eles, apesar da baixa estatura e do corpo esguio, muitas vezes, são usados como objetos. Com 96 denúncias registradas no Disque 100 de janeiro até abril deste ano, o Ceará é considerado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República o oitavo Estado do Brasil em número de denúncias. O primeiro é a Bahia, com 250 notificações, seguido do Rio de Janeiro, com 216, e São Paulo, que efetuou 204.
Combate
Hoje, é celebrado o Dia Nacional de Luta contra a Exploração Sexual, e a grande questão é: o que a sociedade e os governantes fazem em prol dessa luta? Na Capital, existe uma rede de atendimento tanto para o público explorado quanto para o abusado. Nos últimos anos, a quantidade de assistidos só aumenta.
Em 2011, 1.005 crianças e adolescentes foram recebidos pela Rede Aquarela, instituição ligada à Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Prefeitura de Fortaleza, que realiza ações de acolhimento e assistência para as vítimas e familiares. Já em 2010, apenas 584 foram acompanhados pelo programa, o que equivale a um aumento de 72%.
Neste ano, de janeiro a abril, foram 229 notificações na Rede, um crescimento de 39% em relação a igual período de 2011, quando foram atendidos 168 crianças e adolescentes abusados e explorados.
A maioria dessas crianças e jovens, segundo a SDH, mora e é explorada em dez regiões de Fortaleza: Barra do Ceará, Jangurussu, Praia de Iracema, Beira-Mar, Praia do Futuro, Castelão, Centro, Terminais, Av. Expedicionários c/ São Cristóvão e Av. Osório de Paiva, BR-116. Todas essas regiões fazem parte do programa de assistência da Rede Aquarela que, atualmente, trabalha em comunidades na Barra do Ceará, Jangurussu e Praia do Futuro.
Segundo Elisabeth Amaral, titular da coordenaria da Criança e do Adolescente, a maioria dos explorados são do sexo feminino e grande parte teve a primeira experiência sexual antes dos 12 anos, fato que, segundo ela, gera trauma psicológico irreversível. "Elas perdem a dimensão de infância e de ser criança", diz.
SAIBA MAIS
1º - Bahia - 250 ligações (11,60%)
2º - Rio de Janeiro - 216 ligações (10,02%)
3º - São Paulo - 204 ligações (9,46%)
4º - Minas Gerais - 190 ligações (8,81%)
5º - Pernambuco - 117 ligações (5,43%)
6º - Rio Grande do Sul- 100 ligações (4,64%)
7º - Maranhão - 99 ligações (4,59%)
8º - Ceará - 96 ligações (4,45%)
9º - Paraná - 92 ligações (4,27%)
10º - Amazonas- 87 ligações (4,04%)
KARLA CAMILAREPÓRTER
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