quinta-feira, 31 de maio de 2012

´Ex-Quadrilha da Fumaça´ alerta contra cigarros

Com um arraiá junino, os pacientes do programa festejaram a vitória contra o vício. Hoje, a partir das 8h, haverá caminhada no Bosque dos Eucaliptos e sessão de reabilitação pulmonar, além do lançamento do Desafio Respire Vida Foto: Marília Camelo
Programa de Combate ao Tabagismo do Hospital de Messejana celebra conquistas de ex-fumantes
Com o objetivo de alertar sobre os perigos do fumo e também comemorar a mudança de vida de ex-fumantes, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) realizou, na manhã de ontem, o Arraiá Junino da Ex-Quadrilha da Fumaça. O evento contou com apoio do Sistema Verdes Mares.

Segundo a presidente da comissão de tabagismo da Sociedade Cearense de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SCPCT) e coordenadora do Programa de Combate ao Tabagismo do HM, Penha Uchôa, a festa celebra os benefícios dos ex-fumantes. "Além de conquistar melhorias na sua saúde, eles também tiveram uma vitória contra a dependência", afirma.

Ela explicou que, ao deixar o fumo, as pessoas têm mudança na coloração da pele, melhora a respiração, a condição física fica superior e até os cabelos ficam com aspecto melhor.

"O cigarro é uma doença física e psicológica. As pessoas relacionam os cigarros aos seus sentimentos. É muito difícil deixar o vício", comentou a coordenadora do Programa, que recebe 500 fumantes por ano.

Para Penha, uma das maiores dificuldades dos pacientes do Programa é vencer o medo de viver sem o fumo, pois, para eles, fumar é algo natural.

O aposentado Fernando Uchoa Costa Júnior fez questão de participar do Arraiá para comemorar os cinco anos que parou de fumar. "Fumei por 33 anos. Teve uma época em que eu dormia apenas duas horas por dia e fumava cinco carteiras de cigarro. Já saí de casa durante a madrugada para comprar mais cigarro, pois, quando acabava uma, eu ficava em pânico".

Devido ao fumo, ele tinha pressão alta, não conseguia andar por muito tempo e também não conseguia sentir o gosto da comida. "Hoje, eu jogo até bola com o meu filho mais novo, que sempre me pediu para parar de fumar", disse.

Júnior conta que tentou parar com o vício mais de dez vezes. Mas somente no HM conseguiu. Ele chegou a usar cinco adesivos de nicotina de uma vez.

Atendimento
Hoje, a partir das 8h, haverá caminhada no Bosque dos Eucaliptos e sessão de reabilitação pulmonar de portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ao ar livre, atendimento aberto ao público com triagem para o Programa de Controle do Tabagismo e lançamento do Desafio Respire Vida.

Dois funcionários fumantes foram selecionados e terão durante três meses acompanhamento para abandonar o vício e ainda receber treinamento para participar da Corrida contra o Fumo, que será realizada no dia 26 de agosto.

Desde que foi criado, em outubro de 2002, o Programa de Controle ao Tabagismo já atendeu 1.600 pacientes. Os resultados revelam como os participantes alcançam sucesso no tratamento. A taxa de abstinência anual é de cerca de 47%.

Apoio
500 fumantes são recebidos por ano pelo Programa de Combate ao Tabagismo, que já atendeu 1.600 pacientes. A taxa de abstinência anual é de cerca de 47%.

Fumo passivo preocupa
A presidente da comissão de tabagismo da Sociedade Cearense de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SCPCT), Penha Uchôa, alerta para os males oriundos do tabagismo passivo, em que o fumante expõe indivíduos que não fumam à inalação involuntária da fumaça de derivados do tabaco através do cigarro.

"Os riscos que os fumantes passivos correm podem ser imediatos como a irritação ocular, dor na garganta e tosse, e riscos a longo prazo, como aumento de 30% da chance de desenvolver câncer do pulmão e 24% de infarto agudo no miocárdio, assim como a DPOC no adulto. Já na infância, pode provocar maior incidência de asma, infecções respiratórias de repetição e morte súbita", afirma.

De acordo com ela, o caso mais preocupante é o das grávidas. "O pior dos malefícios ocasionados ao fumante passivo é o da gestante, pois vai afetar alguém que ainda não tem o direito de escolha e nem sequer nasceu", explicou.

Conforme a médica, o tabagista apresenta maior risco para contrair Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), como a bronquite crônica e o enfisema, câncer de pulmão acidentes vasculares cerebrais, infarto, angina e outros males.

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável no mundo. A OMS estima que um terço da população mundial, isto é, 1,2 bilhão de pessoas, seja fumante.

O total de mortes devido ao uso do tabaco é de 4,9 milhões anuais, ou seja, mais de dez mil óbitos por dia. A OMS, a partir de 1992, passou a considerar o tabagismo como doença crônica que se caracteriza por dependência física e psicológica.

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