quinta-feira, 24 de maio de 2012

Capital tem a segunda maior chuva do ano

Precipitação não foi causada pela quadra invernosa, mas por fenômeno que deveria ocorrer só em junho
A chuva de 102,6 milímetros, registrada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), causou vários transtonos para a população de Fortaleza durante a manhã de ontem. Esta foi a segunda maior precipitação deste ano. A Guarda Municipal e Defesa Civil de Fortaleza registraram 27 ocorrências. A maior aconteceu no dia 27 de março, quando choveu 197,5 mm.
De acordo com a meteorologista da Funceme, Cláudia Rickes, a chuva não foi causada pela quadra invernosa, mas por um distúrbio de leste, que é um fenômeno de pós-estação que, normalmente, acontece nos meses de junho e julho. "Neste ano, aconteceu um pouco antes do previsto", comentou.

A expectativa, destacou Cláudia, é que as próximas precipitações sejam fracas, como as que estavam acontecendo nos últimos dias. As chuvas deverão se concentrar na faixa litorânea.

A Defesa Civil informou que, até as 17h de ontem, foram registradas 36 ocorrências na Capital. Foram 11 alagamentos, cinco inundações, três desabamentos e dois incêndios.

Na área da Secretaria Executiva Regional VI (SER VI), foram contabilizadas 19 ocorrências. Já na SER IV, foram quatro casos, enquanto, na SER V, a Defesa Civil registrou cinco; na SER II, três e na SER III, duas. Somente no bairro Barroso, na SER VI, aconteceram quatro alagamentos, duas inundações e um desabamento.

Trânsito

De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC), seis semáforos das ruas de Fortaleza apresentaram problemas em decorrência da chuva na manhã de ontem. Agentes de trânsito operaram manualmente os cruzamentos até que o sistema fosse normalizado. Fortaleza possui 617 semáforos e o problema atingiu 1% da cobertura semafórica da cidade.

Os motoristas tiveram muita dificuldade para trafegar na Avenida Pontes Vieira, no trecho entre a Av. Senador Virgilio Távora e Av. Desembargador Moreira, no início da manhã. Muita água se acumulou e tornou difícil a passagem.

Na Avenida Washington Soares, alguns trechos também apresentaram lentidão devido às chuvas. Em alguns pontos, o congestionamento era grande. O trânsito também ficou complicado na Av. Engenheiro Santana Júnior e na Av. Rogaciano Leite.

Medo

O eletricista Nilton do Nascimento, que mora na Comunidade do Riacho Doce, no bairro Passaré, acordou às 2h da manhã com a água do riacho invadindo a sua casa. "Toda vida que chove, quem mora por aqui vive esse desespero. A água da chuva faz o riacho transbordar e invadir as residências", conta.

Para que ele não perdesse a sua casa, foi preciso fazer um grande buraco em uma das paredes para a água sair do local.

Segundo a aposentada Raimunda Matos, sempre que chove, os moradores do Riacho Doce ficam sem dormir devido ao medo. "Hoje, a água do riacho, invadiu a minha casa. A altura chegou até o meu joelho", diz.

Complicações
Fortaleza viveu transtornos
A chuva deixou o trânsito complicado nas vias da Capital, como nas avenidas Pontes Vieira, Washington Soares, Engenheiro Santana Júnior, Rogaciano Leite e Virgílio Távora, onde muita

água se acumulou e tornou difícil a passagem. Na Av. Beira-Mar, um bueiro da Cagece transbordou. Na Comunidade Riacho Doce, no Bairro Passaré, a população sofre com a água invadindo as casas. Segundo os moradores, quando chove, o medo não deixa ninguém dormir

THIAGO ROCHAESPECIAL PARA CIDADE

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