Integrantes do MST querem soluções para a seca e exigem ser recebidos pelo governador Cid Gomes
A seca que assola maior parte do Ceará não deu alternativas. Alegando este motivo, cerca de mil trabalhadores rurais, provenientes de 64 municípios, ocuparam, às 5h de ontem, a área de fora do Palácio da Abolição, sede do governo estadual. O objetivo dos manifestantes é negociar a pauta de reivindicações diretamente com o governador Cid Gomes, que está em Brasília e só volta amanhã. Assim, eles decidiram continuar acampados no lugar.A comissão do MST aceitou conversar com o grupo de secretários estaduais, comandado pelo titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins.
O encontro ocorreu por volta das 10h e durou cerca de 40 minutos. O titular da SDA adiantou que existem itens da pauta que só o governador do Estado poderá solucionar.
No fim da tarde, os secretários de governo se reuniram para tentar resolver o problema da ocupação do lado externo do Palácio da Abolição. Após o encontro, eles voltaram a receber a comissão do MST para apreciar as reivindicações dos acampados. A nova reunião, iniciada às 18h, se estendeu até às 21h40. As considerações foram feitas de maneira bastante diferenciada pelo MST e representantes do governo.
"Não considero ter havido avanço em nossas reivindicações. Nosso principal foco é como conviver com a seca, e isso não foi levado em conta. Talvez, pelo fato de que somente o governador pode decidir. Então, será fundamental que Cid Gomes possa nos receber. No entanto, nada ficou agendado e nem sabemos se o mesmo nos receberá", afirmou u ma das integrantes da coordenação do MST, Maria de Jesus dos Santos.
Já Nelson Martins, que responde pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário, afirmou que muitas das reivindicações que constatavam da pauta entregue pelo movimento foram, de pronto, atendidas. Mas, outras, existem pendências e que só o governador poderá definir.
"Na parte da educação, nesta quarta-feira, a secretária Izolda irá se reunir com representantes do MST e será fechado acordo para construção de escolas. Na parte de cidades, acontecerá encontro para a viabilização da construção de moradias para os acampados no José Walter", explicou Martins.
Maria de Jesus dos Santos conta que, em alguns pontos do Estado, já é possível se deparar com agricultores com dificuldades até para encontrar comida para alimentar a família. "Não podemos mais esperar e só sairemos daqui depois de conversarmos com o governador", afirmou a integrante do MST.
Os manifestantes levaram lonas para barracas, redes e alimentação. Um banheiro improvisado foi feito ao lado do Mausoléu Castello Branco.
´Parque aquático´
As crianças que acompanham os pais foram as que mais chamaram a atenção de quem passou pelo local. Elas aproveitaram o espelho d´água, que faz parte do mausoléu, como piscina. Brincaram, mergulharam, tomaram banho, indiferentes aos avisos de que a água recebe uma porção forte de cloro.
"É uma alegria para quem quase nunca vê tanta água", disse a mãe de uma delas, Maria do Rosário Silva, do Assentamento Salão, em Mombaça.
A chegada dos trabalhadores rurais no Palácio da Abolição, considerada área de segurança, motivou os reforços do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPM) e da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Durante alguns momentos, agentes da PRE tiveram que fechar uma das faixas (sentido sertão-praia) da Avenida Barão de Studart.
De acordo com a coordenação do MST, o movimento é pacífico e não pretende prejudicar ninguém. "São trabalhadores rurais e só querem condições para sobreviver da terra".
Segundo dados do MST, 341 mil famílias de cearenses são formadas por pequenos agricultores e assentados. Desse total, 30 mil vivem nos 264 assentamentos do Estado.
Reivindicações
1. Projeto de trabalho e geração de renda em comunidades rurais atingidas pela seca
2. Construção de mil cisternas de placas e 1,2 mil cisternas enxurrada
3. Pagamento do Garantia Safra
4. Crédito emergencial
5. Plano de segurança hídrica nos assentamentos de reforma agrária
6. Garantia de 300 projetos produtivos do São José Agrário
7. Construção das moradias da Comunidade 17 de abril no José Walter
8. Construção de cinco novas escolas de ensino médio do campo
LÊDA GONÇALVES
A seca que assola maior parte do Ceará não deu alternativas. Alegando este motivo, cerca de mil trabalhadores rurais, provenientes de 64 municípios, ocuparam, às 5h de ontem, a área de fora do Palácio da Abolição, sede do governo estadual. O objetivo dos manifestantes é negociar a pauta de reivindicações diretamente com o governador Cid Gomes, que está em Brasília e só volta amanhã. Assim, eles decidiram continuar acampados no lugar.A comissão do MST aceitou conversar com o grupo de secretários estaduais, comandado pelo titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins.
O encontro ocorreu por volta das 10h e durou cerca de 40 minutos. O titular da SDA adiantou que existem itens da pauta que só o governador do Estado poderá solucionar.
No fim da tarde, os secretários de governo se reuniram para tentar resolver o problema da ocupação do lado externo do Palácio da Abolição. Após o encontro, eles voltaram a receber a comissão do MST para apreciar as reivindicações dos acampados. A nova reunião, iniciada às 18h, se estendeu até às 21h40. As considerações foram feitas de maneira bastante diferenciada pelo MST e representantes do governo.
"Não considero ter havido avanço em nossas reivindicações. Nosso principal foco é como conviver com a seca, e isso não foi levado em conta. Talvez, pelo fato de que somente o governador pode decidir. Então, será fundamental que Cid Gomes possa nos receber. No entanto, nada ficou agendado e nem sabemos se o mesmo nos receberá", afirmou u ma das integrantes da coordenação do MST, Maria de Jesus dos Santos.
Já Nelson Martins, que responde pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário, afirmou que muitas das reivindicações que constatavam da pauta entregue pelo movimento foram, de pronto, atendidas. Mas, outras, existem pendências e que só o governador poderá definir.
"Na parte da educação, nesta quarta-feira, a secretária Izolda irá se reunir com representantes do MST e será fechado acordo para construção de escolas. Na parte de cidades, acontecerá encontro para a viabilização da construção de moradias para os acampados no José Walter", explicou Martins.
Maria de Jesus dos Santos conta que, em alguns pontos do Estado, já é possível se deparar com agricultores com dificuldades até para encontrar comida para alimentar a família. "Não podemos mais esperar e só sairemos daqui depois de conversarmos com o governador", afirmou a integrante do MST.
Os manifestantes levaram lonas para barracas, redes e alimentação. Um banheiro improvisado foi feito ao lado do Mausoléu Castello Branco.
´Parque aquático´
As crianças que acompanham os pais foram as que mais chamaram a atenção de quem passou pelo local. Elas aproveitaram o espelho d´água, que faz parte do mausoléu, como piscina. Brincaram, mergulharam, tomaram banho, indiferentes aos avisos de que a água recebe uma porção forte de cloro.
"É uma alegria para quem quase nunca vê tanta água", disse a mãe de uma delas, Maria do Rosário Silva, do Assentamento Salão, em Mombaça.
A chegada dos trabalhadores rurais no Palácio da Abolição, considerada área de segurança, motivou os reforços do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPM) e da Polícia Rodoviária Estadual (PRE). Durante alguns momentos, agentes da PRE tiveram que fechar uma das faixas (sentido sertão-praia) da Avenida Barão de Studart.
De acordo com a coordenação do MST, o movimento é pacífico e não pretende prejudicar ninguém. "São trabalhadores rurais e só querem condições para sobreviver da terra".
Segundo dados do MST, 341 mil famílias de cearenses são formadas por pequenos agricultores e assentados. Desse total, 30 mil vivem nos 264 assentamentos do Estado.
Reivindicações
1. Projeto de trabalho e geração de renda em comunidades rurais atingidas pela seca
2. Construção de mil cisternas de placas e 1,2 mil cisternas enxurrada
3. Pagamento do Garantia Safra
4. Crédito emergencial
5. Plano de segurança hídrica nos assentamentos de reforma agrária
6. Garantia de 300 projetos produtivos do São José Agrário
7. Construção das moradias da Comunidade 17 de abril no José Walter
8. Construção de cinco novas escolas de ensino médio do campo
LÊDA GONÇALVES
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