Método minimamente invasivo tem baixo índice de mortalidade em relação às operações tradicionais
Uma nova técnica de cirurgia cardíaca minimamente invasiva, realizada por videocirurgia, foi levada a Recife (PE) por equipe médica cearense liderada pelo cirurgião Josué Viana de Castro Neto, único médico do Norte e Nordeste especialista no procedimento. O grupo viajou para capacitar profissionais da capital pernambucana.
A videocirurgia cardíaca é indicada, principalmente, nos casos de doenças do pericárdio, cardiopatia das valvas mitral e aórtica (do lado esquerdo do coração) ou a tricúspide (do lado direito), defeito no septo atrial, que divide os dois lados do coração, e em alguns tipos de tumores no coração. O procedimento dura entre 3h30 e 4h, em média.
A operação é feita a partir de uma pequena incisão de três a quatro centímetros no lado direito do tórax. Os instrumentos cirúrgicos são colocados no espaço entre as costelas, e a câmera é introduzida por outro pequeno orifício, perto da axila direita do paciente.
"Entre as principais vantagens do procedimento, se comparado ao tradicional, estão o baixo índice de mortalidade, além da rápida recuperação do paciente", afirma Josué de Castro Neto, que utiliza a técnica desde 2007.
Em Recife, a equipe médica usou a nova prática para trocar a valvar mitral de um paciente. A cirurgia teve três horas e meia de duração e a pessoa permaneceu um dia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Procape, tendo alta três dias depois do procedimento.
Cerca de 220 cirurgias cardíacas são realizadas por mês no Ceará. Dessas, 30% poderiam ser feitos através de videocirurgia. Até hoje, Josué de Castro Neto já aplicou o método em mais de 150 pacientes. Ele também participa com frequência de congressos de medicina para a capacitação de outros cirurgiões nessa técnica.
SAIBA MAIS
Vantagens do procedimento:
1. Pequenas incisões, de três a quatro centímetros, enquanto a tradicional mede 25 cm
2. Menos dor no pós-operatório
3. Menos riscos de complicações e hemorragias
4. Menos tempo de internação, em torno de três a seis dias, minimizando as chances de infecções hospitalares e os custos de internação. Tradicionalmente, o período de internação é de sete a dez dias
5. Retorno às atividades normais em dez dias, enquanto no método tradicional, este período é de, em média, 45 dias
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