A orientação é que os pacientes procurem de imediato os postos de saúde em vez de se dirigirem aos hospitais
Os médicos dos postos de saúde e setor secundário já observam o aumento no atendimento de idosos, adultos e crianças por conta das viroses. O crescimento do quadro gira entre 20% e 30%, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Seguindo o período sazonal, avalia a médica Julieta Pontes, coordenadora do programa de Saúde da Família (PSF), os sintomas variam a cada estação chuvosa. O quadro inespecífico apresentado pelos pacientes sinaliza a presença de vários vírus circulantes.
Evitar locais aglomerados, não deixar crianças brincando nas águas das chuvas e, dependendo da avaliação da gravidade do problema, não fazer idas constantes às emergências dos hospitais é importante para não tornar a situação recorrente. Foi o que aconteceu com a historiadora e servidora pública Ivonete Damasceno, que, a partir de uma virose com febre alta e dores, após visitar um hospital, viu seu quadro progredir para tosse incessante, diagnosticada como pneumonia. Mesmo sem gravidade, foram sete dias de antibiótico e, cerca de três semanas depois, novo quadro viral.
"Da primeira vez, fiquei me sentindo mal e com uma tosse que não cedia, por uns dez dias. Da segunda vez, apenas três dias. Começou com febre e dores por todo o corpo, não conseguia nem me mexer com intensas dores no abdome. Desta última vez, me tratei em casa, com sucos, água de coco e chá".
Atendendo no Posto de Saúde Roberto Bruno, no Bairro de Fátima, a médica Lúcia de Fátima Maranhão, observou aumento nos atendimentos, embora não exagerado. Os sintomas são parecidos, com dores pelo corpo, moleza, febre alta e diarreia. "Oriento que haja hidratação e, nos casos não graves, deixar o organismo agir. Se o quadro não ceder, fazemos exames".
Cuidados
A especialista indica um cuidado maior na higiene e alimentação, nestes períodos, e atenção à hidratação. Se for virose, em pouco tempo, a pessoa se recupera.
Guilherme,3, filho da psicóloga Daniele Studart, no fim do dia, após ter ido ao colégio, apresentou os sintomas da virose sazonal. "O Guilherme começou com febre e dor no estômago e abdome, que durou três dias. Decidimos tratá-lo em casa".
Patrícia Jereissati, coordenadora da Emergência do Hospital Alberto Sabin, avisa ser comum as mães quererem logo levar os filhos ao hospital. No entanto, o Alberto Sabin tem um perfil de atendimento a pacientes mais graves. O acolhimento de praxe classifica pela prioridade da gravidade do problema. Como não deixam de atender quem os procura, as filas da emergência são sempre lotadas e uma criança pode ter de esperar entre três e seis horas. "Nesses períodos, não tem como o hospital dar conta de uma demanda crescente".
Avaliação
Como o sistema hoje se encontra 95% informatizado, é possível avaliar os atendimentos, esclareceu Lídia Costa, coordenadora dos postos de saúde do Município. Houve aumento no movimento e no volume de atendimento. A médica fez reunião ontem com as equipes para o reforço nos atendimentos. Serão seis carros para encaminhar os casos de emergência que não necessitam de ambulância, para os Frotinhas e Gonzaguinhas.
A coordenadora orienta que, aos primeiros sintomas, deve-se procurar os postos de saúde, que hoje são mais numerosos -250 com equipes do PSF - em Fortaleza. Embora entenda ainda não ser suficiente para a demanda vigente, é possível com esse número dividir o atendimento com os hospitais do município.
A coordenadora informa que os postos, a partir deste domingo, voltam a abrir em escalas regulares. Os hospitais devem ser procurados, diz, caso os sintomas não cedam nas primeiras horas. As pessoas devem atentar para manchas vermelhas pelo corpo, hemorragia, sinais de dengue. Na próxima quinta-feira, está agendada reunião com equipes dos hospitais a fim de organizar os acolhimentos.
SAIBA MAIS
Sintomas
1. Dores abdominais;
2. Febre alta;
3. Vômitos;
4. Dores em todo o corpo;
5. Indisposição;
6. Diarreia
Prevenção
1. Mais higiene;
2. Atenção para a hidratação;
3. Alimentação saudável;
4. Evitar aglomeração
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