segunda-feira, 5 de março de 2012

Patativa do Assaré, o poeta chamado de ave

Nascido no dia 5 de março de 1909, no município cearense de Assaré, Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, iria completar 103 anos nesta segunda-feira (5). Filho de uma família humilde de agricultores, o poeta teve uma infância difícil. Após perder o pai aos oito anos, teve que ir trabalhar na terra para ajudar no sustento dos familiares.

Ainda pequeno perdeu a visão de um olho. Com pouco acesso à educação, frequentou durante quatro meses sua primeira e única escola. Sem interromper o trabalho de agricultor, Patativa aprendeu a ler e escrever tornando-se apaixonado pela poesia. Daí nasceram seus primeiros poemas e repentes.
Início de uma história
Aos 16 anos, Patativa, que ainda era reconhecido como Antônio Gonçalves, comprou sua primeira viola. Começou a se apresentar nas festas do município e viajou por diversas cidades do Nordeste. O primeiro livro de poesias, “Inspiração Nordestina”, foi escrito em 1956.
Disseminador da cultura popular recebeu o apelido de Patativa, que o tornou famoso, pois a poesia que escrevia era comparada à beleza do canto dessa ave. A carreira do poeta foi projetada em 1964, após o sucesso do poema “Triste Partida” que foi gravado por Luiz Gonzaga.
Engajamento político
Durante o regime militar, Patativa fazia críticas ao Governo e chegou a ser perseguido durante a Ditadura Militar. Participou da campanha “Diretas Já” e em 1984 publicou o poema “Inleição Direta”.
A simplicidade das obras do poeta foi traduzida em diversos idiomas e estudada na disciplina de Literatura Popular Universal, na Universidade de Sorbonne, em Paris.
Casado e pai de nove filhos, sem audição e cego desde o final da década de 1990, o pássaro se calou no dia 8 de julho de 2002 deixando a cultura popular brasileira bastante abalada.

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