Patricia Amorim concede entrevista coletiva (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com) |
A presidente do Flamengo, Patricia Amorim, anunciou de maneira oficial, em entrevista coletiva na noite desta quinta-feira, a demissão do técnico de Vanderlei Luxemburgo. Ela, que negara com veemência a informação na noite de quarta, mostrou-se abatida. A presidente alegou que havia desgaste na relação para justificar a decisão.
- Vencemos a partida e o Flamengo consolidou o projeto da Libertadores. Antes do jogo tivemos algumas notícias. Não tínhamos contratado nenhum treinador ontem (quarta-feira). Até hoje (quinta-feira) era o Luxemburgo. Fui pega de surpresa. De maneira nenhuma desmenti. Foi um mal-entendido de comunicação. Hoje é um outro dia, outro contexto. Teve desdobramento depois do jogo, quase não dormimos, tivemos o pedido de torcedores, ouvimos jogadores, achamos importante mudar agora. Quem veio, cumpriu a missão muito bem cumprida. O ambiente estava pesado - justificou.
Patricia diz que não falou com Joel; técnico já deixou o Bahia
Patricia chegou para a entrevista e encontrou um batalhão de jornalistas. Um tanto atordoada, a presidente por pouco não sentou no lugar errado, longe de onde estavam todos os microfones. Ela foi acompanhada de diversos dirigentes. Ao seu lado, estava Hélio Ferraz, vice geral, que teve papel decisivo na opção pela demissão de Vanderlei. Segundo explicou Patricia, as concepções da diretoria não estavam alinhadas com as do treinador.
- Conversando com ele (Luxemburgo), percebendo o ambiente conturbado, coisas que observamos, vimos que os pensamentos eram divergentes. A conclusão desse encontro foi o afastamento do treinador. Nada foi escondido, ninguém derrubou ninguém - acrescentou.
Ao mesmo tempo em que o Bahia anunciava que Joel Santana havia pedido demissão do clube, Patricia dizia em entrevista coletiva que não falou com o técnico. Foi vice de finanças, Michel Levy, que conduziu as tratativas com o treinador.
- Não sei (se Joel se demitiu). Não falei com o Joel, com o (Paulo) Angione, não tenho preferência - disse a presidente.
Gerente de futebol e diretor também estão fora
Também está oficializada a saída do gerente de futebol, Isaías Tinoco. O preparador físico Antônio Mello e o auxiliar Júnior Lopes também estão fora, mas Patricia não tornou oficial naquele momento, porque ainda não havia comunicado aos profissionais. Mais cedo, o diretor de futebol Luiz Augusto Veloso havi entregado o cargo.
- Sai o técnico, Isaías, e talvez o (Antônio) Mello e o Júnior (Lopes), mas ainda não conversei com eles. A tendência é essa. Quem dirige o time amanhã (sexta-feira, contra o Olaria) é o Jaime (de Almeida).
Confira outros trechos da coletiva de Patricia Amorim.
Multa rescisória
- A questão da multa (rescisória do contrato de Vanderlei Luxemburgo) será decidida a partir de amanhã (sexta-feira) com os advogados. Existe a multa, é alta, seria bom se pudéssemos investir em pagamento de dívidas, investir no elenco. Mas está no contrato. Cumpra-se.
Luxa x Ronaldinho
- São dois personagens do futebol brasileiro com gênios diferentes. Em algum momento fluiu bem, em outro momento teve dificuldade. Não sou porta-voz nem do Ronaldinho nem do Luxa.
Distância de R10
- Nem converso com Ronaldinho, ele é muito fechado (garantindo que não houve pedido do jogador pela demissão de Luxemburgo). Às vezes mando mensagem, ele não responde, mas diz que leu. Mas o Flamengo não é refém de nenhum jogador nem treinador.
Contato com jogadores antes de Fla x Potosí
- Passei no hotel para entregar ingressos. Sondagens existem o tempo todo, mas não tínhamos nenhum técnico contratado.
Agradecimento
- Quero agradecer ao Vanderlei, pois passamos momentos muito bons nesse um ano e meio. Também ao Isaías, que me conhece desde os 10 anos de idade, e ao Veloso, que teve a coragem de assumir esse cargo e se expôs bastante.
Motivações
- Quando o Veloso se afastou criou um desconforto muito grande. Ouvimos torcedores, jogadores, os bastidores do futebol. Seria importante fazer essa mudança agora, pois fechamos um ciclo. Ele era uma pessoa de confiança, que fazia o elo entre a diretoria e a comissão técnica. Ao colocar o cargo à disposição, a ficha caiu. Não tem mágoa, ninguém ganha nem perde.
Olho no olho
- Já havia combinado com o treinador que, depois desses dois jogos, nós conversaríamos. A demissão não aconteceu antes de uma conversa franca, olhando no olho. Fiz assim com o Andrade, campeão brasileiro, o Rogério e o Silas. Conversando com ele, percebi o ambiente conturbado. Tenho um enorme respeito por ele e há gratidão de ambas as partes.
Exaltação à estrutura
- A saída do treinador, que em outro caso foi por conta de estrutura, falta de bola, agora foi diferente, com voo fretado (para Potosí), quantos jogadores ele quis, mas mandamos para Potosí o Jorge Rodriguez, que foi chefe de delegação.
Afastamento do elenco
- Ano passado eu fui na pré-temporada. Esse ano, estávamos em negociação com Thiago Neves, Vagner Love, Marcos González, não tínhamos como sair daqui, a engrenagem precisava funcionar. Gastamos em torno de R$ 550 mil, principalmente, com adaptação em Potosí.
Memória
- Não vou me lembrar das palavras exatas (na conversa com o Luxemburgo). Ninguém é cego nem bobo. Tenho sensibilidade, sou uma pessoa presente.
Turbilhão de volta
- Cresci vendo o Flamengo jogar com alegria. Para jogar aqui tem que ter disposição. Mas isso ficou prejudicado. Esse turbilhão de emoções precisa voltar a acontecer.
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