quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Morre o desenhista cearense Al Rio

O artista cearense Al Rio morreu, na madrugada de ontem, deixando um legado de sucesso internacional

O primeiro quadrinista cearense a ingressar no mercado norte-americano, o paraíso das histórias em quadrinhos, Álvaro Araújo Lourenço do Rio, mais conhecido como Al Rio, faleceu, aos 40 anos, deixando saudades e um portfólio invejável. “É lamentável o fato em si. É uma perda gigantesca para o mundo das HQs, para quem gosta de arte e curte esse universo. Ele era um ser humano fantástico também”, declara o colecionador de quadrinhos e amigo de Al Rio, Sílvio Amarante.

Os dois se conheceram ainda em 1995, quando Al voltou de São Paulo, onde desenhava a Revista da Turma da Xuxa. Na época, Sílvio estava montando sua primeira loja de revistas e o desenhista topou fazer o painel da fachada da pequena loja.

“Ele fez o desenho com pincel e durou sete anos, levando sol e chuva. Foi o painel externo que teve mais durabilidade em todos esses anos”, frisa o amigo. O artista fez também dois painéis internos com tinta acrílica sobre vidro que ainda estão intactos na loja.

A afinidade entre os dois resultou numa amizade longa. “Sábado estávamos todos felizes no Sana Fest com a primeira edição do Comic Con Fortaleza, que teve Al como principal atração”, lembra com emoção. No evento, Sílvio organizou uma exposição com originais de desenhos do artista feitos para editoras norte-americanas e foram comercializados postais com desenhos doados por Al Rio cujo montante arrecadado será doado para o Lar Torres de Melo.

Currículo
Al Rio fez trabalhos para as principais editoras de quadrinhos dos Estados Unidos, como a Marvel, que assina a publicação dos X-Men, e a Image Comics, para a qual começou a criar na década de 1990.

Além de ser admirado por seu traço marcante e pelas personagens femininas sexys, Al Rio foi responsável pela formação de novos quadrinistas no Estado. “Hoje, 15 cearenses trabalham em editoras norte-americanas e foi Al quem abriu caminho”, destaca Sílvio. Pai de dois filhos, nos últimos tempos, o artista dedicava-se a trabalhos sob encomenda, estes que agora se tornarão relíquias, imortalizando assim seu nome.

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