GABRIEL GONÇALVES
Capitão Wagner justificou paralisação como ato de desespero |
Liderança de destaque na recente greve dos policiais militares e bombeiros do Ceará, o deputado estadual Wagner Sousa (PR) avalia que a paralisação dos policiais e bombeiros – que parou Fortaleza durante todo o último dia 3 - foi um movimento ilegal. “A gente tem consciência de que o movimento foi totalmente ilegal, mas foi o mecanismo encontrado pelo trabalhador para alcançar seus objetivos”, disse Wagner, em entrevista ao programa Viva Domingo, exibido ontem à noite pela TV O POVO.
Wagner buscou justificar a paralisação afirmando que policiais e bombeiros foram levados ao contexto da ilegalidade por causa de conduta também “ilegal”, segundo ele, adotada pelo Governo do Estado no trato com as categorias. O deputado citou que trabalhadores não recebiam sequer salário mínimo em seus vencimentos-base e que o governo não regulamentou a jornada de 40 horas semanais dentro do prazo de 180 dias dado pela Assembleia Legislativa ainda em 2008.
“Os trabalhadores entenderam que já que o governo não cumpre a lei, a única forma de a gente alcançar nosso objetivo vai ser também descumprindo a lei... e infelizmente, a gente chegou a esse ponto”, afirmou o deputado, que considerou a paralisação como o “desespero” do trabalhador.
A Justiça do Ceará já havia decretado a ilegalidade da greve, mas nenhum dos líderes do movimento havia concordado publicamente com a decisão da Justiça cearense. Wagner disse ainda que houveram erros na implantação do Ronda do Quarteirão, pois os soldados não passaram, segundo ele, por treinamento adequado e foram “jogados” na rua ainda sem experiência.
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