André Figueiredo, que já foi secretário executivo do Ministério do Trabalho, teme efeitos de nova crise ministerial (SAULO CRUZ/AGÊNCIA CÂMARA) |
O presidente em exercício do PDT, André Figueiredo, defendeu ontem, “como amigo”, que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deixe o cargo. “Como amigo do Lupi, preferia que ele saísse. Mas isso é uma decisão que o PDT vai tomar de forma institucional.” Ele disse que o partido e o próprio Lupi passam por desgastes com a crise.
“O partido confia plenamente no ministro Lupi. A única coisa que questionamos é a oportunidade de ele continuar no Ministério. É uma questão de discutir a oportunidade”, disse Figueiredo. Ele afirmou que, com o tempo, tem crescido a tendência de parlamentares do PDT a favor da saída de Lupi. “Quando se passa muito tempo com o partido sendo noticiado de forma negativa, cresce a insatisfação”, afirmou.
Figueiredo afirmou ainda que o PDT vai chegar a uma posição sobre a permanência de Lupi hoje na Executiva. O pedetista disse que o partido não pagou o voo de Lupi e que ainda aguarda explicações do deputado Weverton Rocha (MA), que estava na viagem com o ministro.
O presidente do PDT afirmou que, caso Lupi deixe a pasta, o partido não deverá indicar nenhum substituto e que a presidente Dilma poderá colocar um “técnico” no lugar do ministro. “O que move o partido são causas”, disse, ressaltando que o PDT, nessa hipótese, continuará apoiando o governo Dilma.
Figueiredo disse que o ministro Lupi vai dizer aos senadores, durante depoimento hoje, quem pagou o avião que usou na viagem ao Maranhão, em 2009, arranjado pelo dono na ONG Pró-Cerrado, Adair Meira. A entidade é beneficiada com contratos de R$ 13,9 milhões com a pasta comandada por Lupi.
No depoimento no Senado, Lupi deve recuar e dizer que se encontrou com Adair Meira, o empresário que negou conhecer em audiência pública na Câmara, na semana passada. “O ministro disse que não tem uma relação íntima com ele (Adair). Ele (Lupi) disse que deve ter se encontrado com ele em algumas solenidades”, relatou o presidente do PDT, que se reuniu com Lupi e o deputado Paulo Pereira (PDT-SP). (das agências de notícia)
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
O PDT abandonou a defesa de Carlos Lupi e se mobilizou para evitar que o controle da pasta seja transferido para o PT na reforma ministerial prevista para o ano que vem. Líderes do PDT concluíram que é melhor entregar a cabeça do ministro agora do que lutar para mantê-lo no cargo e depois perder o ministério.
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