A cada 100 mil pessoas na Capital, 8,91 sofrem da doença, de acordo com o Inca. Rouquidão é sintoma
O câncer de laringe, que acomete o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atinge mais de mil pessoas por ano em Fortaleza. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a taxa de incidência da doença na Capital cearense é de 8,91, ou seja, a cada 100 mil pessoas, quase nove sofrem de câncer de laringe.
Os dados colocam a cidade como a sétima no Brasil na lista das dez mais atingidas pela enfermidade. Somente a Santa Casa de Misericórdia, referência no diagnóstico e tratamento da doença no Estado, atende mil vítimas desse tipo de câncer por ano. Já no Instituto do Câncer do Ceará (ICC), 54 novos casos dão entrada na instituição anualmente.
Por ano, no Brasil, são diagnosticadas 8 mil pessoas com câncer de laringe. A cidade com mais incidência de casos é Porto Alegre, com taxa de 11,69. Caroço no pescoço, falta de ar, dor para engolir e rouquidão são os principais sintomas desse tipo de doença, que representa 25% dos tumores de cabeça e pescoço e 2% de todos os existentes. A maior incidência é entre homens de 50 a 69 anos.
Causas
De acordo com a chefe do Serviço de Cabeça e Pescoço do ICC, Amanda Marques, o fumo e o álcool são os maiores inimigos da laringe. Fumantes têm dez vezes mais chances de desenvolver esse tipo de câncer. Em pessoas que associam o fumo a bebidas alcoólicas, o número sobe para 43. Má alimentação, estresse, mau uso da voz e o vírus do papiloma humano (HPV) também são fatores de risco. A alimentação, orienta a médica, precisa conter proteína (frango ou peixe, preferencialmente), associada a legumes, verduras e frutas ricas em vitaminas (em especial A, B2, C e E) e sais minerais. Deve-se evitar alimentos muito temperados ou gordurosos e líquidos muito quentes ou muito frios.
Um sinal de alerta, indica ela, é a rouquidão. "No caso de Lula essa era uma característica natural, então é difícil saber se já era um sintoma", frisa.
Recomenda-se que qualquer rouquidão, acima de 15 dias após os 50 anos de idade, seja investigada. Em casos de inflamação que estão sendo tratadas, a rouquidão costuma desaparecer antes desse período. Exames simples, como laringoscopia - endoscopia da laringe, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) - podem ajudar a detectar problemas.
O câncer de laringe é mais resistente que o linfoma - modalidade de câncer que atingiu a presidente Dilma Rousseff e o ator Reynaldo Gianecchini, que ainda passa por tratamento. Há mais de 20 anos, os médicos tratam desse tipo de tumor com cirurgia associada à quimioterapia ou radioterapia.
Superação
A laringe, região onde se localizam as cordas vocais, é uma espécie de canal que interliga o nariz aos pulmões. Sem as cordas vocais, o paciente precisa reaprender a falar.
"Voltei a ser criança. Tive de aprender a pronunciar todo o alfabeto", recorda um dos membros da Associação dos Laringectomizados do Ceará, Thiago Costa. Ele descobriu a doença em 1996, e foi submetido a uma remoção total do órgão no ano seguinte. Em estágios menos avançados, o tratamento do câncer pode ser feito por meio de cirurgia parcial. A fonoaudióloga Maria Aparecida Muniz, especialista em distúrbios da comunicação humana, diz que o trabalho de recuperação da voz depende do tipo de cirurgia. Para as mulheres, é mais difícil superar o trauma.
LÊDA GONÇALVESREPÓRTER
O câncer de laringe, que acomete o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atinge mais de mil pessoas por ano em Fortaleza. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a taxa de incidência da doença na Capital cearense é de 8,91, ou seja, a cada 100 mil pessoas, quase nove sofrem de câncer de laringe.
Os dados colocam a cidade como a sétima no Brasil na lista das dez mais atingidas pela enfermidade. Somente a Santa Casa de Misericórdia, referência no diagnóstico e tratamento da doença no Estado, atende mil vítimas desse tipo de câncer por ano. Já no Instituto do Câncer do Ceará (ICC), 54 novos casos dão entrada na instituição anualmente.
Por ano, no Brasil, são diagnosticadas 8 mil pessoas com câncer de laringe. A cidade com mais incidência de casos é Porto Alegre, com taxa de 11,69. Caroço no pescoço, falta de ar, dor para engolir e rouquidão são os principais sintomas desse tipo de doença, que representa 25% dos tumores de cabeça e pescoço e 2% de todos os existentes. A maior incidência é entre homens de 50 a 69 anos.
Causas
De acordo com a chefe do Serviço de Cabeça e Pescoço do ICC, Amanda Marques, o fumo e o álcool são os maiores inimigos da laringe. Fumantes têm dez vezes mais chances de desenvolver esse tipo de câncer. Em pessoas que associam o fumo a bebidas alcoólicas, o número sobe para 43. Má alimentação, estresse, mau uso da voz e o vírus do papiloma humano (HPV) também são fatores de risco. A alimentação, orienta a médica, precisa conter proteína (frango ou peixe, preferencialmente), associada a legumes, verduras e frutas ricas em vitaminas (em especial A, B2, C e E) e sais minerais. Deve-se evitar alimentos muito temperados ou gordurosos e líquidos muito quentes ou muito frios.
Um sinal de alerta, indica ela, é a rouquidão. "No caso de Lula essa era uma característica natural, então é difícil saber se já era um sintoma", frisa.
Recomenda-se que qualquer rouquidão, acima de 15 dias após os 50 anos de idade, seja investigada. Em casos de inflamação que estão sendo tratadas, a rouquidão costuma desaparecer antes desse período. Exames simples, como laringoscopia - endoscopia da laringe, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) - podem ajudar a detectar problemas.
O câncer de laringe é mais resistente que o linfoma - modalidade de câncer que atingiu a presidente Dilma Rousseff e o ator Reynaldo Gianecchini, que ainda passa por tratamento. Há mais de 20 anos, os médicos tratam desse tipo de tumor com cirurgia associada à quimioterapia ou radioterapia.
Superação
A laringe, região onde se localizam as cordas vocais, é uma espécie de canal que interliga o nariz aos pulmões. Sem as cordas vocais, o paciente precisa reaprender a falar.
"Voltei a ser criança. Tive de aprender a pronunciar todo o alfabeto", recorda um dos membros da Associação dos Laringectomizados do Ceará, Thiago Costa. Ele descobriu a doença em 1996, e foi submetido a uma remoção total do órgão no ano seguinte. Em estágios menos avançados, o tratamento do câncer pode ser feito por meio de cirurgia parcial. A fonoaudióloga Maria Aparecida Muniz, especialista em distúrbios da comunicação humana, diz que o trabalho de recuperação da voz depende do tipo de cirurgia. Para as mulheres, é mais difícil superar o trauma.
LÊDA GONÇALVESREPÓRTER
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