Regina e Raimundo Fernandes, com as gêmeas Clara e Clarice, foram pagar graças que eles dizem ter alcançado na interseção de São Francisco FOTO: ANTÔNIO CARLOS ALVES |
Clara, Clarice e os pais foram até Canindé agradecer a São Francisco a recuperação bem sucedida
Canindé As irmãs que já foram siamesas, Clara e Clarice, nascidas em Santa Quitéria, região norte do Estado do Ceará, estiveram ontem de manhã acompanhada dos pais, Regina e Raimundo Fernandes. As crianças realizaram em São Paulo a cirurgia de separação dos corpos no Hospital das Clínicas, com despesas pagas pelo Estado, após decisão judicial tomada em janeiro de 2011. A visita a Canindé foi para pagar uma promessa feita pelos pais. Eles vieram agradecer ao padroeiro da cidade, São Francisco, pela recuperação das meninas, que está sendo bem sucedida. Na permanência na Casa dos Milagres, as irmãs brincaram, foram fotografadas por curiosos e receberam o carinho das pessoas. Muitos acompanharam o caso pela imprensa.
Elas não pararam, correram, gritaram e mexeram em tudo que viam pela frente. A vinda das meninas à cidade de Canindé traz demonstrações de fé e devoção ao santo que em vida imitou Jesus Cristo.
Quem esteve em Canindé no dia de ontem pôde sentir de perto o quanto a vida humana ganha sentido, quando se carrega um objetivo. "A luta dos pais de Clara e Clarice dá demonstrações de quanto é gratificante lutar pelo seus ideais. Transformar vidas, esse é o exemplo para quem acompanhou o caso das irmãs. Em momento algum a família deixou de acreditar, de crer e de carregar sempre um sentimento de que tudo acontece sem atropelos e quando o criador maior permite", frisou o pároco e reitor do santuário, frei João Amilton dos Santos.
Segundo a mãe das meninas, Regina Fernandes, de 40 anos, os médicos foram importantes na separação de suas filhas, mas São Francisco sempre esteve presente no seu dia a dia. "Em nossas orações sempre pedíamos a proteção divina e, graças a São Francisco e aos médicos, minhas crianças estão alegres, saudáveis e cheias de vidas".
Sintonia
Para o ministro provincial frei Marconi Lins, os romeiros de São Francisco sempre estão em sintonia com o santo. Mesmo a Medicina dando sua resposta positiva, como no caso das irmãs Clara e Clarice, seus familiares apelaram para a cura e a fé, e o que é mais importante nos milagres que são atribuídos ao defensor dos pobres. "Aqui em Canindé, nós comparamos a cidade como a ´Assis Brasileira´. Muita das vezes, o devoto pede ao santo o que ele não conseguiu com as autoridades".
Para que as siamesas fossem separadas no dia 17 de janeiro de 2011, o juiz Francisco Eduardo Torquato Scorsafava, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, determinou que o Estado custeasse todas as despesas referentes ao procedimento médico necessário para a separação dos corpos das duas.
Na decisão, o juiz ressaltou o princípio constitucional da "dignidade da pessoa humana" como um dos motivos para que o Estado assumisse as referidas despesas. O magistrado determinou também que o Governo do Ceará providenciasse imediatamente o atendimento adequado, com equipe médica especializada e a realização da cirurgia, se fosse mesmo o mais indicado, em qualquer hospital da rede pública ou privada, no Brasil ou em outro país. Segundo a decisão, o Estado deveria ainda arcar com despesas médicas relativas à fisioterapia e à aplicação de próteses ou meio auxiliar de locomoção, além de gastos com transporte, hospedagem e alimentação das autoras e seus representantes.
Antônio Carlos AlvesColaborador
Canindé As irmãs que já foram siamesas, Clara e Clarice, nascidas em Santa Quitéria, região norte do Estado do Ceará, estiveram ontem de manhã acompanhada dos pais, Regina e Raimundo Fernandes. As crianças realizaram em São Paulo a cirurgia de separação dos corpos no Hospital das Clínicas, com despesas pagas pelo Estado, após decisão judicial tomada em janeiro de 2011. A visita a Canindé foi para pagar uma promessa feita pelos pais. Eles vieram agradecer ao padroeiro da cidade, São Francisco, pela recuperação das meninas, que está sendo bem sucedida. Na permanência na Casa dos Milagres, as irmãs brincaram, foram fotografadas por curiosos e receberam o carinho das pessoas. Muitos acompanharam o caso pela imprensa.
Elas não pararam, correram, gritaram e mexeram em tudo que viam pela frente. A vinda das meninas à cidade de Canindé traz demonstrações de fé e devoção ao santo que em vida imitou Jesus Cristo.
Quem esteve em Canindé no dia de ontem pôde sentir de perto o quanto a vida humana ganha sentido, quando se carrega um objetivo. "A luta dos pais de Clara e Clarice dá demonstrações de quanto é gratificante lutar pelo seus ideais. Transformar vidas, esse é o exemplo para quem acompanhou o caso das irmãs. Em momento algum a família deixou de acreditar, de crer e de carregar sempre um sentimento de que tudo acontece sem atropelos e quando o criador maior permite", frisou o pároco e reitor do santuário, frei João Amilton dos Santos.
Segundo a mãe das meninas, Regina Fernandes, de 40 anos, os médicos foram importantes na separação de suas filhas, mas São Francisco sempre esteve presente no seu dia a dia. "Em nossas orações sempre pedíamos a proteção divina e, graças a São Francisco e aos médicos, minhas crianças estão alegres, saudáveis e cheias de vidas".
Sintonia
Para o ministro provincial frei Marconi Lins, os romeiros de São Francisco sempre estão em sintonia com o santo. Mesmo a Medicina dando sua resposta positiva, como no caso das irmãs Clara e Clarice, seus familiares apelaram para a cura e a fé, e o que é mais importante nos milagres que são atribuídos ao defensor dos pobres. "Aqui em Canindé, nós comparamos a cidade como a ´Assis Brasileira´. Muita das vezes, o devoto pede ao santo o que ele não conseguiu com as autoridades".
Para que as siamesas fossem separadas no dia 17 de janeiro de 2011, o juiz Francisco Eduardo Torquato Scorsafava, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, determinou que o Estado custeasse todas as despesas referentes ao procedimento médico necessário para a separação dos corpos das duas.
Na decisão, o juiz ressaltou o princípio constitucional da "dignidade da pessoa humana" como um dos motivos para que o Estado assumisse as referidas despesas. O magistrado determinou também que o Governo do Ceará providenciasse imediatamente o atendimento adequado, com equipe médica especializada e a realização da cirurgia, se fosse mesmo o mais indicado, em qualquer hospital da rede pública ou privada, no Brasil ou em outro país. Segundo a decisão, o Estado deveria ainda arcar com despesas médicas relativas à fisioterapia e à aplicação de próteses ou meio auxiliar de locomoção, além de gastos com transporte, hospedagem e alimentação das autoras e seus representantes.
Antônio Carlos AlvesColaborador
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