sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Professores invadem Assembleia e entram em confronto com a Polícia


Clique para Ampliar
Manhã de conflito: manifestantes gritam palavras de ordem contra ação de Policiais Militares, que tentam impedir a entrada de professores e alunos na Casa Legislativa RAFA ELEUTÉRIO
 A categoria se reuniu com Ivo Gomes, na noite de ontem, para discutir propostas a serem apresentadas hoje
O clima ficou tenso ontem, na Assembleia Legislativa. Professores da rede estadual de ensino em greve entraram em confronto com a Polícia Militar. Os manifestantes invadiram as dependências da Casa Legislativa, galerias e tentaram entrar no plenário, mas foram contidos por policiais do Batalhão de Choque, que fez cordão de isolamento na entrada do plenário. Minutos antes, PMs que fazem a segurança do Legislativo tentaram impedir a entrada dos manifestantes na entrada principal da Assembleia, mas não conseguiram conter a multidão. Durante o protesto, os grevistas picharam paredes e quebraram um banheiro do prédio.

Preocupada com a segurança dos deputados, a presidência do Poder orientou o fechamento dos gabinetes e a sessão plenária foi suspensa.

Transtornos
Após realizar manifestação na Praça da Imprensa professores, pais e alunos seguiram em caminhada rumo ao Legislativo estadual. Quem passava pela Avenida Desembargador Moreira teve de enfrentar enormes congestionamentos, agravados pelo horário de saída de estudantes de escolas particulares próximas.

Enquanto a confusão acontecia, parlamentares se reuniam com o comando de greve dos professores na Presidência da Assembleia Legislativa.

O deputado Tim Gomes, que estava presidindo as atividades, destacou que a Assembleia é parceira e que sempre esteve pronta para receber os professores. No entanto, ele se mostrou irritado com uma pichação feita pelos manifestantes no andar superior do prédio. "Vocês precisam reordenar o movimento", criticou o parlamentar.

Os professores foram recebido, ontem à noite, por Ivo Gomes, chefe de gabinete do governador. Até o fechamento desta edição, era discutido, no encontro, um documento com propostas para ser apresentado durante nova assembleia dos professores hoje.

Segundo o presidente do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc), Anízio Melo, não houve nenhuma orientação da entidade no sentido de depredar o prédio.

"Condenamos qualquer tipo de atitude que gere violência ou pichação do patrimônio público. Pelo contrário, temos a preocupação de orientar os nossos alunos a preservar o que é do povo", disse Anísio Melo. Ele acrescenta que irá discutir com o comando de greve se houve alguma influência externa na luta da categoria.

Greve
Na última sexta-feira, 26, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) determinou a suspensão da greve. De acordo com a decisão, a categoria deveria retomar às atividades em até 48 horas, sob pena de pagar R$ 10 mil por cada dia de descumprimento. A greve completa um mês na próxima segunda-feira, 5. O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Antônio Carlos, diz que foi avisado pelo movimento grevista, ainda na quarta-feira, 24, sobre o pedido de ilegalidade da greve.

A luta da categoria agora é para que seja firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). "Achamos importante alguns compromissos verbais, escritos em ata, mas, devido à ilegalidade e a forma como as coisas estão acontecendo, queremos que haja um documento oficial colocando princípios e diretrizes que possam ser acordados entre a categoria e o governo", destaca Anízio Melo.

A expectativa dos professores é que o governo assine um TAC garantindo o Plano de Cargos e Carreiras (PCC) tendo como base a Lei 12/066, de 1993; a implantação do Piso Nacional; e 1/3 de hora atividade.

Algumas conquistas foram alcançadas. Uma delas foi a suspensão da tabela da carreira do magistério, elaborada pelo governo do Estado, que, para os professores, "aniquilava a carreira da categoria". Porém, essa mensagem nem sequer chegou a ser enviada à Assembleia.

LUANA LIMAREPÓRTER

Nenhum comentário:

Postar um comentário