quinta-feira, 1 de setembro de 2011

DOCE DE COCO: Reconhecimento além das fronteiras

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O curta-metragem "Doce de Coco", de Allan Deberton, uma das produções cearenses no Festival Internacional de Curtas
 Entre as mais de 400 produções selecionadas para o 22º Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, três são de realizadores cearenses
Oito dias de programação, oito salas de cinema e mais de 400 filmes selecionados. Com esses números, o Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo chegou à sua 22º edição oferecendo um rico panorama da atual produção audiovisual no mundo. A programação, que começou no último dia 26 e segue até amanhã, está dividida em sete mostras e 19 programas. No meio disso tudo, o Ceará encontra-se representado por três curtas: "Doce de Coco", de Allan Deberton; "Minha Família Formo Eu", de Rodrigo Paulino, e "Raimundo dos Queijos", de Victor Furtado.

Ao todo, foram avaliados cerca de 3 mil filmes, de 96 países. "O processo de seleção durou três meses. Cada curta-metragem é assistido por três pessoas. Há dois comitês, um para escolher os filmes brasileiros e outro para os estrangeiros", explica a diretora do Festival, Zita Carvalhosa. "Pode parecer que a rotina de fazer um festival consolidado seja meio pragmática, num moto contínuo. Mas é exatamente o contrário. A cada ano, tudo é novo. O resultado é uma oportunidade de ver um novo recorte do mundo, a cada ano", complementa.

Do Ceará, foram inscritos 12 filmes. Os três selecionados oferecem uma boa amostra da produção local, a partir de gêneros diferentes. "Raimundo dos Queijos" e "Doce de Coco" integraram a Mostra Brasil, enquanto "Minha Família Formo Eu" foi exibido na Mostra Online KinoOikos Formação do Olhar.

O primeiro, dirigido por Victor Furtado, é um documentário sobre o comerciante Raimundo de Oliveira Araújo, que há mais de 30 anos vende queijos do interior do Ceará e carne-de-sol de Caicó (RN) no Centro de Fortaleza. Há pouco mais de dez anos, a mercearia também passou a funcionar como bar, onde a clientela fiel reúne-se para bebericar, petiscar e celebrar a companhia uns dos outros.

Já "Doce de Coco", de Allan Deberton, é uma ficção sobre as experiências de uma família sertaneja que tira o sustento da venda do tal doce. "A ideia surgiu quando vi a fotografia de uma casa no ateliê de Mauro Angeli, fotógrafo de Russas. A imagem era meio inspiradora e a casa acabou sendo locação do filme", recorda Deberton.

"Doce de coco já foi selecionado para 25 festivais, entre eles o Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. É um evento grande e o filme ainda não tinha sido exibido aqui. Então foi um prazer", comenta o cearense.

Outro que comemorou a seleção foi Rodrigo Paulino, diretor de "Minha Família Formo Eu". O curta aborda a percepção de um jovem sobre sua autonomia para quebrar paradigmas e preconceitos sobre sexualidade.

"A ideia do roteiro surgiu quando eu estava em uma aula de biologia do cursinho. Ainda na escola verificamos a questão da herenormatividade, e nosso objetivo foi passar uma mensagem que desmistificasse isso, mostrasse que existem outras formas de constituir uma família", explica Paulino.

"Embora sempre haja torcida, foi uma surpresa para nós (da Fábrica de Imagens, ONG que realizou o filme) quando soubemos que o curta havia sido selecionado. É uma maneira de levar a mensagem par amais pessoas", vibra Paulino.



ADRIANA MARTINSREPÓRTER

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