sábado, 17 de setembro de 2011

241 mil armas circulam nas mãos de civis no CE


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A campanha do desarmamento foi lançada ontem, no Ceará, que tem altos índices de mortes de adolescentes
KIKO SILVA
 No Sinarm, estão registradas, no Ceará, 85 mil armas. No Brasil, são 16 milhões e apenas dois milhões são de policiais
Cerca de 241 mil armas estão nas mãos de civis no Ceará, dessas 48% são ilegais. No Estado, existem 2,9 armas para cada 100 habitantes. Os dados são do Estudo realizado em 2010 pelo Viva Rio, em parceria com a Subcomissão de Armas do Congresso Nacional que revela o mapa das armas no Brasil. No Sistema Nacional de Armas (Sinarm), estão registrados, no Ceará, 85 mil instrumentos. No Brasil, são 16 milhões de armas de fogo, dessas apenas 2 milhões estão nas mãos de policiais. Isso quer dizer que 14 milhões delas estão em poder da sociedade civil, dos quais a maioria é ilegal.

Mais de 250 mil armas entram no mercado brasileiro por ano. O problema é que há muitos desvios dos instrumentos que são direcionados à segurança privada, como informa o coordenador da mobilização da campanha nacional do desarmamento e representante da Rede Desarma Brasil no Ceará, Duda Quadros.

Essa é a triste realidade de um País que convive, hoje, com números alarmantes de violência, sobretudo entre jovens. A cada 15 minutos, uma pessoa é morta por arma de fogo no Brasil. O último Mapa da Violência mostrou que Fortaleza é a 14ª Capital com maior taxa de homicídios do País, à frente de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. A pesquisa aponta um crescimento de 148,8%, entre 1998 e 2008, passando de 162 pessoas para 403.

O Ceará está entre os Estados que registram mais mortes na adolescência, e a maior parte são de homicídios por arma de fogo. Esse índice é ainda mais acentuado entre os adolescentes homens e negros, segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal.

De acordo com Duda Quadros, os jovens são as grandes vítimas da violência e existe uma ligação clara entre a disponibilização de armas e essa violência contra crianças e adolescentes. "Não que a violência dependa da existência desses instrumentos, mas eles são grandes impulsionadores". Para ele, a campanha é uma forma de estimular as pessoas a entregarem as armas que são tão ofensivas.

A maioria dos cidadãos que repassam os instrumentos são homens de idade média ou idosos. A mobilização ainda não chegou aos jovens. "Estamos trabalhando esse convencimento". Além dos jovens, outra preocupação é a violência contra a mulher que tem crescido.

LINA MOSCOSOREPÓRTER

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