O compositor e músico mineiro Zé Geraldo revisa sua obra em DVD e CD gravados ao vivo - "Cidadão: trinta e poucos anos"
Numa mistura musical que imprime no seu caldeirão sonoro influências nacionais e internacionais, das diferentes vertentes que vão desde a pegada do violeiro Tião Carreiro ao lirismo do menestrel americano Bob Dylan, José Geraldo Juste, nascido em 9 de dezembro de 1944 na cidade da zona da mata mineira de Rodeiro, conhecido na MPB como Zé Geraldo, disponibiliza no mercado o seu novo projeto, CD e DVD gravados ao vivo, "Cidadão: Trinta e poucos anos". No palco
Parte do DVD foi captada ao vivo no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, na noite do dia 12 de setembro do ano passado. Conta com as participações da filha de Zé Geraldo, Nô Stopa, do pernambucano Geraldo Azevedo, do baiano Xangai, dos paulistas Chico Teixeira e do mineiro Landau. No palco, o anfitrião da festa cantou e tocou violão e gaita, comandando a banda formada por um time de músicos experientes - Jean Trad (violão e guitarra), Carlito Rodrigues (baixo), Carneiro Sândalo (bateria), Adriano Magoo (acordeão e teclados) e Zeca Loureiro (violões de 6 e 12 cordas, slide e cavaquinho).
Fazendo uma retrospectiva de sua trajetória artística de mais de três décadas, Zé Geraldo já começa o álbum, interpretando sozinho, quatro de suas composições obrigatórias em todas as suas apresentações: "Reciclagem", "De asa caída", "Catadô de bromélias", faixa título do seu lançamento de 2008, e "Maria bonita". Depois já chama, o cantor mineiro primeiro convidado da noite, o conterrâneo Landau, que está começando sua carreira e estreia em um álbum importante, cantando uma criação do seu ídolo e em dueto com ele - "Vaqueiro urbano".
Cidadão
Na sequência, Zé Geraldo interpreta sua parceria com Tavares Dias, "Luz ainda que tardia", e convida o baiano Xangai para embalarem a plateia numa criação do artista mineiro, "Tão bonita". Logo depois, é chegada a vez do sucesso mais conhecido do livro de canções de Zé Geraldo: o clássico registrado originalmente por ele "Cidadão", de Lúcio Barbosa, composição que também já foi regravada com sucesso por Sérgio Reis e, mais recentemente, pelo paraibano Zé Ramalho. O público faz coro, cantando junto.
O prazeroso espírito paterno de Zé Geraldo é denunciado por ele no palco ao fazer duetos em suas composições "Um simples olharzinho seu" e "Nega", com sua filha Nô Stopa. A primeira, uma toada mineira; a segunda, um samba que recebe uma levada com andamento de rock, na segunda parte da música. A realidade continua quando, Chico Teixeira, filho de Renato Teixeira, também empresta sua voz e violão para cantar junto com o artista principal, "Galho seco".
Intérprete
Grande parte das músicas incluídas na extensa discografia do mineiro são da autoria do próprio Zé Geraldo. No entanto, no projeto "Cidadão: Trinta e poucos anos", ele abre exceção e regrava com sua personalidade interpretativa,"Aprendendo a viver", faixa título do seu disco de 1994, lançado pelo selo Eldorado, criação do amigo de antigas parcerias, o paulista Renato Teixeira. Na mesma performance, ao ser instigado pela plateia, com grito de "toca Raul!", detona com a lendária "Cachorro urubu", do Maluco Beleza, ao lado de Paulo Coelho.
De volta ao repertório autoral, Zé Geraldo recebe outra participação muito especial: Geraldo Azevedo. Juntos, eles tocam e cantam inicialmente "Pelas chaves de São Pedro", que tem melodia do mineiro com letra de Fernando Melo, e "O amanhã é distante", versão da canção "Tomorrow is a long time", de Robert Zimermann, o cantautor norte-americano Bob Dylan, inclinação musical da dupla brasileira.
Isso fica patente também no bloco seguinte, quando Zé Geraldo interpreta um bloco de quatro composições suas: "Coração de rei", "Como diria Dylan" e dois sucessos mais populares de sua autoria, "Senhorita" e "Milho aos pombos". Está última, foi uma das finalistas do festival MPB Shell, promovido em 1981 pela Rede Globo, tornando o artista mineiro, conhecido em todo o Brasil.
Extras
Além da exibição ao vivo de Zé Geraldo, o DVD "Cidadão: Trinta e poucos anos" traz também tomadas extras: um catálogo com fotos do show, depoimentos do artista sobre sua trajetória e cenas filmadas numa roda de violeiros amigos, na Serra da Cantareira, em São Paulo. Nelas, em clima de bastante descontração, com Márcio de Camillo, Zé Geraldo canta, deles, "Nos raios da manhã", em dueto com Juraildes da Cruz, e "Meninos". Também com os camaradas, interpreta "Na barra do seu vestido", dele e de Zeca Baleiro, e "Zé e José", parceria com Marcão Lima.
DVD
Cidadão: trinta e poucos anos Zé Geraldo
Agência Produtora
2011
23 faixas
R$ 30
Maturidade musical com amigos no palco
Depois de uma vasta discografia que incluem 2 DVDs, pelo menos 16 discos solos, participações em vários outros projetos coletivos, Zé Geraldo conta como foi a produção e a realização do álbum ´Cidadão: Trinta e poucos anos´, " A produção foi bem tranquila, já tínhamos a experiência do primeiro DVD, "Um pé no mato, um pé no rock".
Sobre a escolha do repertório, arregimentação dos instrumentistas e a direção e produção musical, feitas pelo próprio Zé Geraldo, ele diz que, "foi muito natural. Canções que não estiveram no primeiro DVD e mais duas inéditas. Ainda tenho muitas canções gravadas em vinil e CD, que entrarão nos futuros DVDs".
Quando fala qual dos critério das participações de Landau, Xangai, Nô Stopa, Chico Teixeira e Geraldo Azevedo, o menestrel mineiro relata que, "são todos da minha relação pessoal, uns mais antigos, companheiros de primeira hora, e os, mais jovens, que se juntaram à nós pelo meio do caminho. Foi maravilhoso, descontração, com jovens e veteranos irmanados na canção. Foi lindo".
Numa mistura musical que imprime no seu caldeirão sonoro influências nacionais e internacionais, das diferentes vertentes que vão desde a pegada do violeiro Tião Carreiro ao lirismo do menestrel americano Bob Dylan, José Geraldo Juste, nascido em 9 de dezembro de 1944 na cidade da zona da mata mineira de Rodeiro, conhecido na MPB como Zé Geraldo, disponibiliza no mercado o seu novo projeto, CD e DVD gravados ao vivo, "Cidadão: Trinta e poucos anos". No palco
Parte do DVD foi captada ao vivo no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, na noite do dia 12 de setembro do ano passado. Conta com as participações da filha de Zé Geraldo, Nô Stopa, do pernambucano Geraldo Azevedo, do baiano Xangai, dos paulistas Chico Teixeira e do mineiro Landau. No palco, o anfitrião da festa cantou e tocou violão e gaita, comandando a banda formada por um time de músicos experientes - Jean Trad (violão e guitarra), Carlito Rodrigues (baixo), Carneiro Sândalo (bateria), Adriano Magoo (acordeão e teclados) e Zeca Loureiro (violões de 6 e 12 cordas, slide e cavaquinho).
Fazendo uma retrospectiva de sua trajetória artística de mais de três décadas, Zé Geraldo já começa o álbum, interpretando sozinho, quatro de suas composições obrigatórias em todas as suas apresentações: "Reciclagem", "De asa caída", "Catadô de bromélias", faixa título do seu lançamento de 2008, e "Maria bonita". Depois já chama, o cantor mineiro primeiro convidado da noite, o conterrâneo Landau, que está começando sua carreira e estreia em um álbum importante, cantando uma criação do seu ídolo e em dueto com ele - "Vaqueiro urbano".
Cidadão
Na sequência, Zé Geraldo interpreta sua parceria com Tavares Dias, "Luz ainda que tardia", e convida o baiano Xangai para embalarem a plateia numa criação do artista mineiro, "Tão bonita". Logo depois, é chegada a vez do sucesso mais conhecido do livro de canções de Zé Geraldo: o clássico registrado originalmente por ele "Cidadão", de Lúcio Barbosa, composição que também já foi regravada com sucesso por Sérgio Reis e, mais recentemente, pelo paraibano Zé Ramalho. O público faz coro, cantando junto.
O prazeroso espírito paterno de Zé Geraldo é denunciado por ele no palco ao fazer duetos em suas composições "Um simples olharzinho seu" e "Nega", com sua filha Nô Stopa. A primeira, uma toada mineira; a segunda, um samba que recebe uma levada com andamento de rock, na segunda parte da música. A realidade continua quando, Chico Teixeira, filho de Renato Teixeira, também empresta sua voz e violão para cantar junto com o artista principal, "Galho seco".
Intérprete
Grande parte das músicas incluídas na extensa discografia do mineiro são da autoria do próprio Zé Geraldo. No entanto, no projeto "Cidadão: Trinta e poucos anos", ele abre exceção e regrava com sua personalidade interpretativa,"Aprendendo a viver", faixa título do seu disco de 1994, lançado pelo selo Eldorado, criação do amigo de antigas parcerias, o paulista Renato Teixeira. Na mesma performance, ao ser instigado pela plateia, com grito de "toca Raul!", detona com a lendária "Cachorro urubu", do Maluco Beleza, ao lado de Paulo Coelho.
De volta ao repertório autoral, Zé Geraldo recebe outra participação muito especial: Geraldo Azevedo. Juntos, eles tocam e cantam inicialmente "Pelas chaves de São Pedro", que tem melodia do mineiro com letra de Fernando Melo, e "O amanhã é distante", versão da canção "Tomorrow is a long time", de Robert Zimermann, o cantautor norte-americano Bob Dylan, inclinação musical da dupla brasileira.
Isso fica patente também no bloco seguinte, quando Zé Geraldo interpreta um bloco de quatro composições suas: "Coração de rei", "Como diria Dylan" e dois sucessos mais populares de sua autoria, "Senhorita" e "Milho aos pombos". Está última, foi uma das finalistas do festival MPB Shell, promovido em 1981 pela Rede Globo, tornando o artista mineiro, conhecido em todo o Brasil.
Extras
Além da exibição ao vivo de Zé Geraldo, o DVD "Cidadão: Trinta e poucos anos" traz também tomadas extras: um catálogo com fotos do show, depoimentos do artista sobre sua trajetória e cenas filmadas numa roda de violeiros amigos, na Serra da Cantareira, em São Paulo. Nelas, em clima de bastante descontração, com Márcio de Camillo, Zé Geraldo canta, deles, "Nos raios da manhã", em dueto com Juraildes da Cruz, e "Meninos". Também com os camaradas, interpreta "Na barra do seu vestido", dele e de Zeca Baleiro, e "Zé e José", parceria com Marcão Lima.
DVD
Cidadão: trinta e poucos anos Zé Geraldo
Agência Produtora
2011
23 faixas
R$ 30
Maturidade musical com amigos no palco
Depois de uma vasta discografia que incluem 2 DVDs, pelo menos 16 discos solos, participações em vários outros projetos coletivos, Zé Geraldo conta como foi a produção e a realização do álbum ´Cidadão: Trinta e poucos anos´, " A produção foi bem tranquila, já tínhamos a experiência do primeiro DVD, "Um pé no mato, um pé no rock".
Sobre a escolha do repertório, arregimentação dos instrumentistas e a direção e produção musical, feitas pelo próprio Zé Geraldo, ele diz que, "foi muito natural. Canções que não estiveram no primeiro DVD e mais duas inéditas. Ainda tenho muitas canções gravadas em vinil e CD, que entrarão nos futuros DVDs".
Quando fala qual dos critério das participações de Landau, Xangai, Nô Stopa, Chico Teixeira e Geraldo Azevedo, o menestrel mineiro relata que, "são todos da minha relação pessoal, uns mais antigos, companheiros de primeira hora, e os, mais jovens, que se juntaram à nós pelo meio do caminho. Foi maravilhoso, descontração, com jovens e veteranos irmanados na canção. Foi lindo".
Zé Geraldo tem a arte de Bob Dylan como uma de suas inclinações musicais e também se apresenta tocando gaita e violão |
Zé Geraldo lembra que, "O ponto de partida foi a comemoração de 30 anos do nosso lançamento em 2009. Como não tivemos condições de viabilizar o projeto naquele ano e agora conseguimos, resolvemos chamar de ´Trinta e poucos anos´. O Lúcio Barbosa, autor de ´Cidadão´ é baiano e eu o conheci no festival de Ilha Solteira em 1978. Quando fui lançado pela CBS e a música marcou meu inicio de carreira. Depois foi regravada por um mundão de gente. Tentei que ele participasse do DVD, mas sua agenda não permitiu".
A participação de Xangai e Geraldo Azevedo tem um significado especial, "Geraldo Azevedo é companheiro antigo, de 1979, quando fui lançado, e conhece e faz parte da história desde seu inicio e o Xangai eu encontrei pelo meio do caminho, é um amigo muito generoso e um artista único na nossa música popular. Como nunca fez show no Ceará, Zé Geraldo faz uma proposta: "nunca me apresentei em Fortaleza, os produtores locais nunca se interessaram em me levar. Quem sabe com este novo trabalho eu consiga corrigir isto"
NELSON AUGUSTOREPÓRTER
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