terça-feira, 30 de agosto de 2011

Muita história para contar!


Grande encontro: Luciano Simões, Fábio Cury, Ricardo Torres e Wada Nunes.
Ontem(29) tive a grata satisfação de receber ligação do estimado amigo radialista Luciano Simões, do outro lado da linha vinha um convite, " vem pra cá, tem uma pessoa que quer lhe conhecer, ele também torce Flamengo" aceitei o convite como aceitarei todos deste irmão de tantas jornadas. Lá chegando encontrei Fábio Vieira Cury, simplesmente filho do saudoso Jorge Cury. O papo rolou de forma descontraida, foi muito bom saber de histórias da vida do grande narrador do Brasil, contadas a partir de quem estava sempre presente, uma testemunha ocular dos fatos. Como eu, Jorge também era flamenguista, paixão essa seguida por seu filho Fábio a quem acabo de conhecer, uma pessoa de conversa fácil e sincera. Gostei e para os que não tiveram a alegria de conhecer o trabalho de Jorge Cury, postei momentos marcantes de sua vida, como por exemplo o seu desabafo de despedida ao sair da Rádio Globo.
O grito de gol que marcou a história do rádio

No dia 23 de dezembro último, completou 24 anos que o rádio esportivo brasileiro perdeu uma de suas maiores vozes. Flamenguista “roxo”, criador de bordões que ficaram para sempre na memória dos torcedores como “dá-lhe, garoto”, “passa de passagem” (quando um jogador conduzia a bola, ultrapassando seu marcador) e “fim de papo” (para indicar o fim do jogo), o locutor Jorge Cury morreu em 1985, vítima de um acidente automobilístico próximo a Caxambu, sua cidade natal, em Minas Gerais, para onde se dirigia para os festejos de Natal e de Ano Novo.
Terminava na estrada, de maneira trágica, uma trajetória brilhante de 43 anos de radialismo, que incluiu a cobertura de nada menos que nove Copas do Mundo. O acidente matou também o sonho do veterano radialista de narrar a sua décima Copa, em 1986, e finalmente se aposentar.
Jorge Cury foi um dos maiores locutores de seu tempo, ao lado de Oduvaldo Cozzi, Waldir Amaral e Doalcey Bueno de Camargo.
Filho do comerciante José Kalil Cury e de Maria Cury, Jorge nasceu em 26 de fevereiro de 1926 e teve oito irmãos, entre os quais, o cantor, compositor e humorista Ivon Cury e o também radialista Alberto Cury.
Iniciou sua carreira numa emissora local de sua cidade natal, Caxambu, em 1942. No ano seguinte, teve a chance de fazer um teste para a Rádio Nacional, onde, aprovado, ficou por longos 30 anos. Na Nacional, além de narrador esportivo, também conduziu o programa dominical de calouros chamado A Hora do Pato, muito popular nas décadas de 50 e 60. Em 1972, transferiu-se para a Rádio Globo, atingindo então o auge de sua carreira.

Um narrador épicoDono de um potente e inigualável vozeirão, seus longos gritos de “gooooooollll” ecoavam por toda a cidade nas portarias dos prédios e nos radinhos de pilha como marca registrada de uma época, bruscamente interrompida em 1984 quando, mesmo líder de audiência, foi demitido da Rádio Globo sob a alegação de estar “ultrapassado” e para abrir espaço para a nova sensação do rádio esportivo na época, o “Garotinho” José Carlos Araújo.
Ao final de sua última transmissão na emissora da família Marinho, Cury desabafou com elegância, despedindo-se dos ouvintes, tecendo elogios à empresa e aos anunciantes, mas não poupando os diretores que o demitiram, a quem acusou de o terem “tocaiado” e “fuzilado”.
As últimas jornadas esportivas de Jorge Cury foram na Rádio Tupi, na qual trabalhou apenas alguns meses até sua morte.
Torcedor fanático do Flamengo, foi homenageado pela diretoria rubro-negra que deu seu nome a uma audioteca localizada na sede da Gávea.
Para quem não teve o privilégio de ouvir as épicas narrações de Jorge Cury – e para quem já estava saudoso de sua voz inconfundível – o ESPORTEAGITO catou no You Tube a reprodução da famosa despedida na Rádio Globo, além de um interessante depoimento de um dos maiores locutores esportivos do Estado do Paraná, Fernando Cezar, e a narração do gol de Zico contra o Cobreloa, do Chile, no terceiro jogo da final da Libertadores de 1979.
É para curtir e guardar na memória





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