O cotidiano da vida sertaneja ganha vida em réplicas miniaturizadas. A riqueza de detalhes encanta visitantes FOTO: WILSON GOMES |
Massapê Quem visita o Ceará não consegue resistir ao apelo das compras de produtos artesanais e da animada vida artístico-cultural cearense. E quem visita o Município de Massapê, na região Norte do Estado, tem interesse em conhecer o trabalho das mulheres do vilarejo de Ipaguassu Mirim, que fabricam produtos artesanais oriundos da palha de carnaúba e da palmeira e já ganharam o Brasil. Mas é na sede do Município onde mora um dos tradicionais artesãos da cidade, Manoel Messias Souza. Juntando o que encontra na natureza, Messias Souza consegue fabricar pequenas réplicas de encher os olhos: cabeças de cavalo, chaveiros, pavão, araras e o temido gavião, entre outras. Com o barro, o artesão consegue fazer peças bastante interessantes. A que mais chama atenção é a miniatura da cozinha de uma casa de reboco que o artesão jura que é uma "maquete" do cômodo onde morava com os pais e os 12 irmãos. Ali cresceu vendo o pai fabricar canoas, ofício que aprendeu do avô, mas que não quis que os filhos aprendessem. "A delicadeza com meu avô tratava a madeira e construía as canoas, chamava a minha atenção. Talvez seja esse o motivo de ter se tornado artesão", destaca Messias Souza.
Com uma semente de jatobá, espécie típica da caatinga, e com alguns gravetos de marmeleiro, em poucas horas nas mãos habilidosas desse artesão o material se transforma num jumento. Está pronta mais uma peça decorativa. A cabeça do animal, típico do sertão nordestino, é feita da semente do mucunã. E bastam alguns detalhes; o que era apenas um jumento, com dois furinhos a mais ganha uma cangalha e passa a ser um animal de carga. "É dessa forma que ganho o sustento da minha família. Entre um trabalho e outro consigo fazer com mais perfeição", disse. Ele assegura que tudo é feito com a garantia para durar por muito tempo.
Ateliê
É no fundo da casa de número 60, da Rua Major Filinto Aguiar, no bairro Marambaia, que Messias Souza passa a maior parte do tempo. É debaixo de uma tenda onde está montado sua oficina. Lá ele fabrica as suas peças que ajudam a preservar um dos costumes do sertão cearense. Com dificuldades de se locomover por conta de uma doença rara, artrose, que o deixou paralítico das pernas, seu Messias Souza não ver nos filhos o interesse pela arte. A doença lhe atacou a cerca de 10 anos, mas não tirou sua habilidade, nem o interesse pela arte. "Tenho três filhos, mas vejo que nenhum deles tem interesse pelo artesanato. Também não cobro muito a presença deles aqui". A conversa com o artesão é sempre acompanhada de perto pela esposa, a dona de casa Luzanira Souza, que o auxilia no trabalho artesanal.
Messias Souza, lembra que as primeiras peças ganharam repercussão pelos detalhes, um talento que o artista não esquece. Por conta dos detalhes, Messias garante que a confecção de uma peça, como exemplo, a casa de reboco pode levar até dois dias. Peça que lhe garantiu um convite a Central de Artesanato do Ceará (Ceart).
O artista massapeense é sempre chamado para participar de feiras e eventos regionais. O seu talento também já lhe rendeu convite para conferir palestras em escolas do Município. "Foi numa dessas feiras que veio reconhecimento pelo trabalho. As pessoas ficavam admiradas com o meu trabalho e sempre aparecia alguém interessada em comprá-las", disse o artesão. Os preços das peças variam entre R$ 10,00 e R$ 150,00.
Outro ponto forte do artesanato local é o trabalho desenvolvido pelas mulheres da Cooperativa de Artesanato de Ipaguassu Mirim (Cooparmil). Com mais de 900 associadas, elas chegam a produzir mensalmente cerca de cinco mil bolsas, de diversos tamanhos, modelos e cores. Antes da criação da cooperativa as mulheres viviam da atividade de produção de chapéu de palha. Com o estímulo elas passaram a confeccionar bolsas. As associadas se dividem em 16 comunidades do Município, com a maioria delas concentradas em Ipaguassu Mirim. Os produtos são comercializados em vários Estados.
Wilson GomesColaborador
MAIS INFORMAÇÕES Manoel Messias Souza - Artesão - Rua Major Filinto Aguiar, 60
Bairro Marambaia - Massapê (CE)
Telefone: (88) 3643.1247
Com uma semente de jatobá, espécie típica da caatinga, e com alguns gravetos de marmeleiro, em poucas horas nas mãos habilidosas desse artesão o material se transforma num jumento. Está pronta mais uma peça decorativa. A cabeça do animal, típico do sertão nordestino, é feita da semente do mucunã. E bastam alguns detalhes; o que era apenas um jumento, com dois furinhos a mais ganha uma cangalha e passa a ser um animal de carga. "É dessa forma que ganho o sustento da minha família. Entre um trabalho e outro consigo fazer com mais perfeição", disse. Ele assegura que tudo é feito com a garantia para durar por muito tempo.
Ateliê
É no fundo da casa de número 60, da Rua Major Filinto Aguiar, no bairro Marambaia, que Messias Souza passa a maior parte do tempo. É debaixo de uma tenda onde está montado sua oficina. Lá ele fabrica as suas peças que ajudam a preservar um dos costumes do sertão cearense. Com dificuldades de se locomover por conta de uma doença rara, artrose, que o deixou paralítico das pernas, seu Messias Souza não ver nos filhos o interesse pela arte. A doença lhe atacou a cerca de 10 anos, mas não tirou sua habilidade, nem o interesse pela arte. "Tenho três filhos, mas vejo que nenhum deles tem interesse pelo artesanato. Também não cobro muito a presença deles aqui". A conversa com o artesão é sempre acompanhada de perto pela esposa, a dona de casa Luzanira Souza, que o auxilia no trabalho artesanal.
Messias Souza, lembra que as primeiras peças ganharam repercussão pelos detalhes, um talento que o artista não esquece. Por conta dos detalhes, Messias garante que a confecção de uma peça, como exemplo, a casa de reboco pode levar até dois dias. Peça que lhe garantiu um convite a Central de Artesanato do Ceará (Ceart).
O artista massapeense é sempre chamado para participar de feiras e eventos regionais. O seu talento também já lhe rendeu convite para conferir palestras em escolas do Município. "Foi numa dessas feiras que veio reconhecimento pelo trabalho. As pessoas ficavam admiradas com o meu trabalho e sempre aparecia alguém interessada em comprá-las", disse o artesão. Os preços das peças variam entre R$ 10,00 e R$ 150,00.
Outro ponto forte do artesanato local é o trabalho desenvolvido pelas mulheres da Cooperativa de Artesanato de Ipaguassu Mirim (Cooparmil). Com mais de 900 associadas, elas chegam a produzir mensalmente cerca de cinco mil bolsas, de diversos tamanhos, modelos e cores. Antes da criação da cooperativa as mulheres viviam da atividade de produção de chapéu de palha. Com o estímulo elas passaram a confeccionar bolsas. As associadas se dividem em 16 comunidades do Município, com a maioria delas concentradas em Ipaguassu Mirim. Os produtos são comercializados em vários Estados.
Wilson GomesColaborador
MAIS INFORMAÇÕES Manoel Messias Souza - Artesão - Rua Major Filinto Aguiar, 60
Bairro Marambaia - Massapê (CE)
Telefone: (88) 3643.1247
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