Foto: AE Ampliar Ex-ministro Paulo Renato Souza sofreu um enfarte fulminante |
Morreu no final da noite deste sábado o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, aos 65 anos. Ex-ministro da Educação durante o governo Fernando Henrique Cardoso, ele foi vítima de um enfarte fulminante durante uma viagem a São Roque, cidade do interior paulista. Paulo Renato, que segundo assesssores sofria de problemas cardíacos, passava o feriado prolongado de Corpus Christi ao lado de familiares em um hotel da cidade quando começou a se sentir mal. Ele ainda foi encaminhado ao Hospital Unimed, no Jardim Lourdes, mas já teria chegado morto.
Considerado um dos principais representantes da oposição na área educacional, Paulo Renato foi idealizador do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que criou um instrumento alterativo ao vestibular na seleção para vagas em universidades e avaliação do ensino médio. Nos últimos anos, ele tornou-se crítico em alterações promovidas no modelo do exame.
O velório foi aberto por volta das 10 horas deste sábado, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Antes disso, o local foi liberado apenas para familiares e convidados. O secretário estadual da Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), esteve junto com familiares providenciando a documentação necessária para a liberação do corpo, que ocorreu por volta das 5h45 da manhã.
O enterro deve ocorrer apenas segunda-feira (27) pela manhã, para que as filhas de Paulo Renato - uma que mora nos EUA e a outra no México - possam estar presentes no enterro do pai. Ambas iriam embarcar em voo ainda nesta manhã. Segundo a assessoria de imprensa do ex-ministro, o governador Geraldo Alckmin foi informado sobre o falecimento logo na primeira hora desta madrugada.
Economista, Paulo Renato foi ministro da Educação do governo FHC entre 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2002. Além de estar por trás da criação do Enem, ele desenvolveu modelos como o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Também ocupou outros cargos públicos e executivos no Brasil e no exterior, incluindo o de gerente de Operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, o de secretário da Educação do Estado de São Paulo, entre 1984 e 1986, no governo Franco Montoro, e o de reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entre 1987 e 1991, durante o governo de Orestes Quércia.
A presidenta Dilma Rousseff divulgou nota de pesar pela morte do ex-ministro. "Recebi com pesar a notícia da morte do ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza. Economista, ex-reitor da Unicamp e ex-vice presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Paulo Renato prestou relevantes serviços ao país", afirmou a presidenta. "Neste momento de dor, quero transmitir meus sentimentos a seus familiares e amigos."
Reunidos na capital paulista para a realização da 15ª Parada do Orgulho Gay, o governador Geraldo Alckmin, o prefeito Gilberto Kassab e a senadora Marta Suplicy também se manifestaram. "Paulo Renato dedicou sua vida à educação. Foi reitor, secretário e ministro. Foi ele quem universalizou o acesso ao ensino fundamental com políticas públicas sérias, criando o Fundef. Um grande brasileiro, uma grande perda", afirmou o governador.
"É uma grande perda para o País. Paulo Renato foi educador, humanista, excepcional ministro e secretário. Infelizmente nios deixa jovem ainda, mas nos deixa muitos ensinamentos", emendou Kassab. Marta reforçou: "Quero antes de tudo manifestar minha solidariedade à família pela perda de uma pessoa que tanto trabalhou pela educação e treve a vida ceifada tão jovem"
*Com reportagem de Ricardo Galhardo, iG São Paulo, e informações da Agência Estado
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