A turma toda unida. As meninas filmaram os meninos: 26 amigos raspando os cabelos na barbearia fechada pro evento. É uma homenagem ao amigo que está doente, Arthur Gonçalves, de 17 anos. O diagnóstico de câncer saiu há dois meses. Ele tem um tumor na cabeça considerado raro.
A surpresa dos colegas foi feita na última segunda-feira, quando ele retornou de Belo Horizonte, onde fez a primeira sessão de quimioterapia. “Eu fiquei sem palavras. Fiquei sem ação, só consegui sorrir. Eu fiquei muito feliz e me senti muito acolhido”, diz ele.
Todos os amigos são alunos do terceiro ano do ensino médio, de uma escola de Governador Valadares, no leste de Minas Gerais e vão prestar vestibular no fim do ano. A ideia de raspar o cabelo foi de Lucas Avelino. “Sou amigo do Arthur deste pequeno e quando fiquei sabendo que ele tinha câncer fiquei bem triste e resolvi raspar o cabelo junto com ele em solidariedade”.
A homenagem ao amigo, não ficou restrita apenas aos colegas. Os professores e os diretores da escola também decidiram participar. “Atitudes como essa nos fazem refletir, pensar realmente que o bem prevalece”, comenta o diretor Rodrigo Cunha.
O objetivo da turma é fazer com que o Arthur não se sinta diferente dos colegas de sala. A solidariedade pode ajudar no tratamento da doença. “Se isso pode ser feito de forma mais natural pra que ele possa realmente brigar com a doença, pro corpo dele conseguir brigar e para a cabeça trabalhar essa ideia direito. Se ele tem apoio das pessoas que são importantes pra ele: os pais, os avós, os amigos da escola. Isso é primordial, isso é importantíssimo”, explica o médico oncologista André Vasconcelos.
“As endorfinas, a serotonina, que são substâncias responsáveis pelo bom humor. Quando você recebe uma notícia de uma doença ou quando você está triste, essas substâncias diminuem. Elas diminuindo, já está cientificamente comprovado, que diminui a sua capacidade de defesa, diminui sua imunidade. Se ele estiver forte, estiver com a autoestima boa e lutar, essas substâncias estarão sendo produzidas e vão ajudar no tratamento dele”, fala o psicólogo Sérgio Fonseca.
Artur ainda será submetido a mais sete sessões de quimioterapia. Com a ajuda da turma ele vai ter muito mais força pra enfrentar a doença.
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