Professores e vereadores frente a frente com o pelotão da Guarda Municipal, na entrada principal do plenário da Câmara, antes do confronto que resultou em agressões FOTO: NATINHO RODRIGUES |
Professores e guardas municipais de Fortaleza confrontaram-se, ontem, durante toda manhã e início da tarde, em frente ao prédio da Câmara Municipal. Os vereadores, no horário normal da sessão ordinária, foram impedidos de entrar no plenário do Legislativo. Alguns vereadores, aliados dos professores, denunciaram a truculência dos guardas, que utilizaram spray de pimenta e bombas de efeito moral e, no momento de pânico, vários manifestantes ficaram feridos.
Veja vídeo da manifestação
No fim da tarde, com alguns vereadores em plenário, a polêmica matéria que trata do aumento dos professores foi votada. Os grevistas reclamam da Prefeitura o Piso Nacional do Magistério. A prefeita se negou a atender o pleito e os vereadores da sua base resolveram fazer um substitutivo ao projeto que não foi aceito pelos mestres. Toda movimentação começou cedo da manhã de ontem. Os professores grevistas fecharam a única rua que dá acesso à Câmara, mas se depararam logo com um pelotão da Guarda Municipal, convocado no dia anterior. Além disso, vários dirigentes de escolas municipais e outros ocupantes de cargos comissionados na Secretaria de Educação já haviam tomado todos os espaços nas galerias da Câmara, o que não permitiria o ingresso de qualquer manifestante.
Acuados
Foi aí que eles resolveram impedir a entrada dos vereadores. Alguns parlamentares, que passaram a maior parte da manhã acuados na Associação dos Servidores da Câmara Municipal de Fortaleza (um prédio próximo) só conseguiram adentrar à Casa após uma manobra realizada entre o presidente da Guarda Municipal, Arimá Rocha, e o líder da prefeita na Câmara, vereador Ronivaldo Maia (PT). Por volta das 14h30min os vereadores entraram na Casa Legislativa em um veículo e foram escoltados pelo Pelotão Especial da Guarda, o que gerou mais revolta aos manifestantes.
Quando o movimento de greve tentou impedir a entrada dos parlamentares da base aliada na Câmara foram revidados com spray de pimenta lançados pelos agentes, em um confronto que durou alguns minutos. Pessoas desmaiavam e um manifestante, inclusive, foi atropelado por uma das vítimas.
Os vereadores Vitor Valim (PHS) e João Alfredo (Psol) também foram atingidos pelo gás e se disseram envergonhados com a atitude do presidente da Câmara, Acrísio Sena (PT), que teria solicitado da Guarda Municipal um efetivo de 100 agentes para dar segurança à Casa. De acordo com Arimá Rocha, a ação dos guardas foi apenas para tentar liberar os portões da Câmara para garantir a entrada dos parlamentares.
Truculenta
"Desde 8 horas os vereadores estão tentando entrar e não conseguem. A Guarda foi recebida por paus e pedras. Não podemos deixar que uma categoria pare o Poder Legislativo e vamos ficar aqui até o final da votação", salientou Arimá. Vitor Valim e João Alfredo entraram em confronto com os agentes e criticaram a direção da Casa. De acordo com Valim, a Guarda foi truculenta e também foi desnecessário a ação contra os manifestantes, visto que alguns chegaram a passar mal devido ao spray que foi jogado contra eles. Para Salmito Filho (PT), que também estava ao lado dos manifestantes, a Prefeitura deveria aceitar as reivindicações dos professores e caso não tenha recursos, deve pedir ajuda ao Ministério da Educação. O líder da prefeita, Ronivaldo Maia, admitiu que algumas representações políticas se articularam para ocupar o espaço da Casa, o que foi tido pelos manifestantes como traição por parte da Câmara. De acordo com ele, pessoas ligadas ao Governo entraram e ocuparam os espaços da galeria. Para Acrísio Sena, "o que houve aqui foi um impedimento de os vereadores exercerem seus direitos. A Casa vem cumprindo seu papel e o que houve aqui foi uma invasão e o impedimento do direito de ir e vir dos vereadores. Lamento a falta de direitos dos parlamentares de entrarem na Casa", reclamou. Os professores marcaram para hoje, às 6h30min, uma outra manifestação em frente à Câmara, e de acordo com Gardênia Baima, diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), a greve vai continuar. "Lamento o fato de o Acrísio ter manchado sua biografia com sangue do professor", afirmou em referência às agressões sofridas.
Saiba mais
Em maio, no dia 25, os professores chegaram a invadir o plenário da Câmara e os trabalhos daquela Casa Legislativa ficaram interrompidos no restante da semana. A greve que atinge a um universo de 230 mil estudantes, segundo os próprios grevistas, foi iniciada antes mesmo de começar o presente ano letivo. Os professores querem da Prefeitura o pagamento do Piso Nacional da categoria, recentemente aprovado pelo Congresso Nacional, por iniciativa do ex-presidente Lula
Quando da invasão do plenário da Câmara, no mês passado, embora a Guarda Municipal houvesse reforçado o seu contingente, não houve confronto entre eles e os manifestantes, como ocorreu no dia de ontem. Parte dos vereadores, todos aliados da prefeita Luizianne Lins, só conseguiu adentrar o plenário no início da tarde passada, protegidos pelos guardas municipais
Veja vídeo da manifestação
No fim da tarde, com alguns vereadores em plenário, a polêmica matéria que trata do aumento dos professores foi votada. Os grevistas reclamam da Prefeitura o Piso Nacional do Magistério. A prefeita se negou a atender o pleito e os vereadores da sua base resolveram fazer um substitutivo ao projeto que não foi aceito pelos mestres. Toda movimentação começou cedo da manhã de ontem. Os professores grevistas fecharam a única rua que dá acesso à Câmara, mas se depararam logo com um pelotão da Guarda Municipal, convocado no dia anterior. Além disso, vários dirigentes de escolas municipais e outros ocupantes de cargos comissionados na Secretaria de Educação já haviam tomado todos os espaços nas galerias da Câmara, o que não permitiria o ingresso de qualquer manifestante.
Acuados
Foi aí que eles resolveram impedir a entrada dos vereadores. Alguns parlamentares, que passaram a maior parte da manhã acuados na Associação dos Servidores da Câmara Municipal de Fortaleza (um prédio próximo) só conseguiram adentrar à Casa após uma manobra realizada entre o presidente da Guarda Municipal, Arimá Rocha, e o líder da prefeita na Câmara, vereador Ronivaldo Maia (PT). Por volta das 14h30min os vereadores entraram na Casa Legislativa em um veículo e foram escoltados pelo Pelotão Especial da Guarda, o que gerou mais revolta aos manifestantes.
Quando o movimento de greve tentou impedir a entrada dos parlamentares da base aliada na Câmara foram revidados com spray de pimenta lançados pelos agentes, em um confronto que durou alguns minutos. Pessoas desmaiavam e um manifestante, inclusive, foi atropelado por uma das vítimas.
Os vereadores Vitor Valim (PHS) e João Alfredo (Psol) também foram atingidos pelo gás e se disseram envergonhados com a atitude do presidente da Câmara, Acrísio Sena (PT), que teria solicitado da Guarda Municipal um efetivo de 100 agentes para dar segurança à Casa. De acordo com Arimá Rocha, a ação dos guardas foi apenas para tentar liberar os portões da Câmara para garantir a entrada dos parlamentares.
Truculenta
"Desde 8 horas os vereadores estão tentando entrar e não conseguem. A Guarda foi recebida por paus e pedras. Não podemos deixar que uma categoria pare o Poder Legislativo e vamos ficar aqui até o final da votação", salientou Arimá. Vitor Valim e João Alfredo entraram em confronto com os agentes e criticaram a direção da Casa. De acordo com Valim, a Guarda foi truculenta e também foi desnecessário a ação contra os manifestantes, visto que alguns chegaram a passar mal devido ao spray que foi jogado contra eles. Para Salmito Filho (PT), que também estava ao lado dos manifestantes, a Prefeitura deveria aceitar as reivindicações dos professores e caso não tenha recursos, deve pedir ajuda ao Ministério da Educação. O líder da prefeita, Ronivaldo Maia, admitiu que algumas representações políticas se articularam para ocupar o espaço da Casa, o que foi tido pelos manifestantes como traição por parte da Câmara. De acordo com ele, pessoas ligadas ao Governo entraram e ocuparam os espaços da galeria. Para Acrísio Sena, "o que houve aqui foi um impedimento de os vereadores exercerem seus direitos. A Casa vem cumprindo seu papel e o que houve aqui foi uma invasão e o impedimento do direito de ir e vir dos vereadores. Lamento a falta de direitos dos parlamentares de entrarem na Casa", reclamou. Os professores marcaram para hoje, às 6h30min, uma outra manifestação em frente à Câmara, e de acordo com Gardênia Baima, diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), a greve vai continuar. "Lamento o fato de o Acrísio ter manchado sua biografia com sangue do professor", afirmou em referência às agressões sofridas.
Saiba mais
Em maio, no dia 25, os professores chegaram a invadir o plenário da Câmara e os trabalhos daquela Casa Legislativa ficaram interrompidos no restante da semana. A greve que atinge a um universo de 230 mil estudantes, segundo os próprios grevistas, foi iniciada antes mesmo de começar o presente ano letivo. Os professores querem da Prefeitura o pagamento do Piso Nacional da categoria, recentemente aprovado pelo Congresso Nacional, por iniciativa do ex-presidente Lula
Quando da invasão do plenário da Câmara, no mês passado, embora a Guarda Municipal houvesse reforçado o seu contingente, não houve confronto entre eles e os manifestantes, como ocorreu no dia de ontem. Parte dos vereadores, todos aliados da prefeita Luizianne Lins, só conseguiu adentrar o plenário no início da tarde passada, protegidos pelos guardas municipais
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