domingo, 8 de maio de 2011

Gentileza gera prosperidade


Visonário é o mínimo que se pode dizer de um brasileiro chamado Profeta Gentileza. A partir de 1980, ele dedicou-se a pintar, com sua paleta tipográfica própria, 56 pilastras do Viaduto do Caju, no Rio de Janeiro, divulgando a missão de despertar no homem comum a importância de ser gentil. “Gentileza gera gentileza” é uma de suas máximas mais conhecidas. Quinze anos depois de sua morte, um estudo realizado pelo Trend Watching, um dos mais conceituados escritórios de tendências do mundo, sediado em Londres (Inglaterra), vem lhe dar razão. Mais, aponta a gentileza como estratégia fundamental para o sucesso de uma empresa em tempos de economia conectada.
O trabalho, denominado Random Acts of Kindness (Atos Aleatórios de Gentileza, em português), afirma que nunca os consumidores mundiais estiveram tão receptivos a este tipo de iniciativa. “Para consumidores acostumados (e incomodados) com corporações distantes, inflexíveis e egoístas, qualquer ato de gentileza de marcas será gratamente recebido. Para as marcas, nunca foi tão fácil surpreender e encantar o público com estes atos”.
De acordo com os analistas do Trend Watching, a valorização dos Atos Aleatórios de Gentileza (AAG) deve-se a três fatores primordiais, que classificam como:

1. Toque humano.
2. Colocando Isso Para Fora.
3. Passando isso adiante.

O primeiro tópico fala diretamente com a chamada Geração G (de Generosidade). Hoje em dia, os consumidores querem cada vez mais ver o lado humano das marcas e procuram por empresas que sejam sociais, éticas e responsáveis com o meio-ambiente.
Essa realidade pode ser traduzida em alguns números. De acordo com pesquisa realizada pela Young & Rubicam, 71% das pessoas fazem questão de comprar produtos de marcas cujos valores sejam semelhantes aos seus. Outra pesquisa, esta realizada pela Edelman, mostra que 80% dos consumidores brasileiros preferem marcas que apoiem boas causas (assim como 78% dos indianos e 77% dos chineses).
O segundo fator refere-se ao nível de exposição pessoal que os consumidores têm em redes sociais. O que permite que as empresas saibam realmente o que está acontecendo na vida deles e, até mesmo, enviem um buquê de flores com um cartão quando um de seus clientes estiver deprimido.
Por fim, o terceiro tópico trata da capacidade de multiplicação de informação que os consumidores têm hoje através das redes sociais. Um consumidor agraciado com um AAG certamente espalhará a notícia para toda sua rede de amigos, otimizando a imagem da corporação para centenas de pessoas.
 
Prática
Se parece difícil visualizar o que sejam na práticas esses tais Atos Aleatórios de Gentileza, Tendências dá um exemplo real - e que nem acontece do outro lado do oceano. 
Os assinantes do O POVO, no dia de seu aniversário, recebem uma edição especial do jornal envolta com uma sobrecapa onde ele, o aniversariante, é a grande notícia, com direito a parabéns por mais um ano de vida.
“Normalmente esses assinantes ligam emocionados”, relata Victor Chidid, diretor de Mercado Leitor do O POVO. “Primeiro porque são surpreendidos pela homenagem, que não esperavam, e também porque estão bastante agradecidos”.
O POVO não está só nesta corrente, é óbvio. Empresas como a Heineken, L´Oreal e a companhia área holandesa KLM são recém-adeptas dos AAG. E não são as únicas. Hoje já são centenas e centenas delas e a tendência é que esse número aumento exponencialmente, espalhando gentileza pelo mundo. Mais um sinal equívoco que um certo Profeta tinha toda razão em sua sina. (colaborou Tatiana Pavarino, especial para O POVO).

Quem
ENTENDA A NOTÍCIA
Profeta Gentileza foi como ficou conhecido o agricultor José Datrino (1917/1996). Ele dedicou sua vida a perambular pelo Rio de Janeiro tentando convencer as pessoas a aplicarem a Gentileza em toda a Terra.

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