O compositor, escritor, teatrólogo cearense Alan Mendonça é uma espécie de porta-vozdo Bora! Ceará Autoral Criativo. O coletivo de artistas da música alencarina existe desde 2010 e vem movimentando a cena cultural com apresentações das canções feitas pelos próprios integrantes do movimento
Alan mendonça: "Os editais a nível municipal e estadual não suportam financeiramente alguns pontos da produção que acabam sendo realizados de uma forma provinciana" FOTO: THIAGO GASPAR |
Surgido em 2010, o coletivo Bora! Ceará Autoral Criativo tem como um de seus protagonistas o produtor Alan Mendonça. Ele arregimenta os artistas para inúmeras apresentações, desde o surgimento do grupo, em espaços públicos e privados. Merecem destaque os projetos "Quanto Vale Uma Canção?" e "Um Mais Um Mais Que Dois". Além deles, implementa também, um encontro mensal da galera, realizado no Passeio Público, sempre nos terceiros domingos de cada mês, totalmente custeado pelo Bora!.
Produções
Sobre as ações promovidas pelo Bora! Ceará Autoral Criativo, Alan Mendonça faz um balanço das atividades que o coletivo artístico já realizou, desde o início de sua atuação. "Ao meu ver, a maior intervenção que o Bora! produziu neste período de um ano de existência foi a de facilitar, mediar, encontros, bons encontros, entre compositores, músicos e intérpretes, dessa nova geração de artistas cearenses, e destes artistas com artistas de gerações anteriores. Assim, discutimos ações por ideias básicas sobre nossa música autoral, ideias estas que vão fazendo acordar os mortos e sambar os vivos, mas que, principalmente, faz gerar um raciocínio produtivo agregador que vem sendo o motor dessa história toda".
No que se refere ao processo de integração para os artistas que ainda não são alinhados ao Bora! mas querem se integrar ao coletivo, Alan revela quais as condições para participar. "É só querer chegar e descobrir a sua porta de entrada, descobrir qual é a sua função. Não propriamente dentro de um coletivo que vai se formando constantemente, mas descobrir a função de cada um dentro do fazer musical cearense. Se há esse desejo dentro de qualquer um que trabalha com música em nossa cidade, no Estado, e se há a disponibilidade para o diálogo e para a construção coletiva de intervenções musicais, então somos companheiros, carentes apenas (e ainda) da convivência produtiva", instiga.
"Nós temos um grupo presencial (como que um núcleo) de umas quinze pessoas, mas o Bora! não é só isso. O coletivo é muito mais do que essas quinze almas bem intencionadas que gastam seus tempos e neurônios a pensar intervenções musicais em nossa cidade", explica Alan Mendonça, quando questionado a respeito do número de integrantes do grupo. "Essas pessoas são as que se reúnem com frequência, mas o Bora! também abre suas janelas e portas para os transeuntes de nossa música, os que sempre estão de passagem, mas que sempre dão o ar da graça e ajudam a construir tudo isso".
Parcerias
Quando questionado sobre O Bora! participar de algum edital público de governos, municipal, estadual ou federal, Alan Mendonça disse que o único projeto aprovado em edital com o nome do coletivo foi o da Mostra Bora!, evento que acontecerá este ano na Praça do Ferreira, com três dias de shows gratuitos envolvendo os membros do coletivo. O grupo lançou, no ano passado, a acoletânea " Bora! Ceará Autoral Criativo". "Essa mostra será gravada e, posteriormente, vamos lançar um CD ao vivo, com os mesmos integrantes da nossa coletânea. Todos interpretaram canções diferentes, mas de seus respectivos repertórios"
Isso não impede que os artistas integrantes do coletivo participem de projetos da lei de incentivo "Foram aprovados alguns projetos individuais de membros, tanto em nível estadual quanto municipal. Assim, muito em breve, teremos o CD do Daniel Sombra com Vitor Duarte, o do Davi Silvino, o do Wilton Matos, os discos do Lifanco e do Ermano Morais (ambos artistas da região do Cariri cearense), além do segundo álbum do Marco Leonel Fukuda e um novo trabalho da Marta Aurélia. Também teremos um da Aparecida Silvino, interpretando canções do Eugênio Leandro, e outro de canções minhas, em parceria com Rogério Franco, interpretadas por Rodger Rogério e Téti. Em termos de editais de shows para preenchimento das programações dos centros culturais, aprovamos alguns no Banco do Nordeste e no Dragão do Mar".
Críticas
Fazendo uma avaliação das políticas públicas dos governos, municipal, estadual e federal, Alan Mendonça conta que o único prêmio federal conquistado foi o de Sílvia Colares, atualmente em processo de captação. "Acho que deveríamos investir mais tempo visando às possibilidades nacionais, tanto por que são mais abrangentes e com oportunidades de captação de recursos mais condizente com o fazer profissional das atividades artísticas", avalia.
Em âmbito local, Alan Mendonça não poupa críticas aos projetos públicos. "Nós que seguimos a linha do autoral em nosso estado não somos bem compensados no aspecto financeiro. Seguimos sempre aos trancos e barrancos e sendo o que Deus quiser e o diabo permitir, no ´Auto da Desarrumada e Desgovernada Cultura Cearense´. Os editais a nível municipal e estadual não suportam financeiramente alguns pontos da produção que acabam sendo realizados de uma forma provinciana".
O compositor cearense segue com críticas aos projetos públicos. "Estranho é imaginar que quem concebeu os valores empregados nesses editais desconhece as etapas do processo ou, simplesmente, as desconsiderou financeiramente de forma arbitrária. Mais estranho ainda é perceber que as políticas públicas dessas instâncias se escondem na falsa imagem de democracia, presente na política de editais, e, praticamente, se anulam do pensar cotidiano do fazer cultural, que deveria ser regido por visões estratégicas e de construção de uma cidade e de um estado mais forte culturalmente e não como entrepostos de forasteiros culturais. A maior parte de nossas políticas públicas de cultura nada mais é do que o cacique entregando as riquezas da tribo aos ´estrangeiros´ de passagem rápida por nossa aldeia", alfineta.
CDs do Bora!
Alan Mendonça faz uma listagem dos CDs lançados pelo coletivo artístico de Fortaleza, os discos com a marca Bora!, todos pela Radiadora Cultural foram os seguintes: ´Mãe´, de Aparecida Silvino; ´Nascente´, de Marco Leonel Fukuda; ´Bora!´, do Ceará Autoral Criativo; ´Loas´, do Maracatu Az de Ouro; ´A casa é sua´, de Caio Castelo, Felipe Breier, Joyce Custódio, Lia Veras e Wilton Matos; ´Cântaros e Quartinhas´, de Cântaro e Água de Quartinha, e ´Entre a lona e picadeiro´, de Ayrton Pessoa, Carlos Hardy, Fabrício da Rocha, Marco Leonel Fukuda e Rafael Viera.
Para os lançamentos dos discos, o Bora! Ceará Autoral Criativo e os artistas do coletivo tiveram apoio de pessoas e entidades como a Paróquia do Cristo Rei, a Casa de Música, a Imagem.Som, o SESC, o Compasso Estúdio, do Daniel Alencar. Todos os CDs são produtos do Bora! com o Radiadora Cultural e Alan Mendonça explica como funciona a parceria. "A Radiadora Cultural é um selo musical com foco na veiculação da música cearense. Neste contexto, há o encontro com as ideias do Bora! e esse caminhar junto acaba sendo natural e construtivo. As duas "instituições" são parceiras, todavia, independentes. Esse encontro vem dando certo, gerando e realizando todos esses projetos e muitos outros que estão por vir", detalha o agitador cultural do Bora!.
PRÓXIMAS AÇÕES
Domingo - Às 18h, no Auditório do Dragão do Mar. Show " Dança dos Sonhos", com Joyce Custódio. Ingressos: R$ 2 / R$ 1
13/04 - Às 20h , no Sabor & Tom Restô. Projeto A Gente Não Quer Só Comida. Show "Nascente", com Marco Leonel Fukuda. Ingresso: R$ 4
15/04 - Às 19h, no Sesc Iracema. Projeto Um Mais Um Mais Que Dois. Shows das bandas " Eletrocactus" e "Renegados". Ingressos: R$ 6 e R$ 3
17/04 - Às 16h, no Passeio Público. Projeto Ensaio Aberto. Show "Enquanto a Cidade Dorme", com Felipe Breier, Lenine Rodrigues e Alan Mendonça + canjões. Gratuito
20/04 - Às 20h, no Sabor & Tom Restô. Projeto A Gente Não Quer Só Comida. Show "Enfim Nós", com Comparsas da Vivenda. Ingressos: R$ 4
NELSON AUGUSTOREPÓRTER
Sobre as ações promovidas pelo Bora! Ceará Autoral Criativo, Alan Mendonça faz um balanço das atividades que o coletivo artístico já realizou, desde o início de sua atuação. "Ao meu ver, a maior intervenção que o Bora! produziu neste período de um ano de existência foi a de facilitar, mediar, encontros, bons encontros, entre compositores, músicos e intérpretes, dessa nova geração de artistas cearenses, e destes artistas com artistas de gerações anteriores. Assim, discutimos ações por ideias básicas sobre nossa música autoral, ideias estas que vão fazendo acordar os mortos e sambar os vivos, mas que, principalmente, faz gerar um raciocínio produtivo agregador que vem sendo o motor dessa história toda".
No que se refere ao processo de integração para os artistas que ainda não são alinhados ao Bora! mas querem se integrar ao coletivo, Alan revela quais as condições para participar. "É só querer chegar e descobrir a sua porta de entrada, descobrir qual é a sua função. Não propriamente dentro de um coletivo que vai se formando constantemente, mas descobrir a função de cada um dentro do fazer musical cearense. Se há esse desejo dentro de qualquer um que trabalha com música em nossa cidade, no Estado, e se há a disponibilidade para o diálogo e para a construção coletiva de intervenções musicais, então somos companheiros, carentes apenas (e ainda) da convivência produtiva", instiga.
"Nós temos um grupo presencial (como que um núcleo) de umas quinze pessoas, mas o Bora! não é só isso. O coletivo é muito mais do que essas quinze almas bem intencionadas que gastam seus tempos e neurônios a pensar intervenções musicais em nossa cidade", explica Alan Mendonça, quando questionado a respeito do número de integrantes do grupo. "Essas pessoas são as que se reúnem com frequência, mas o Bora! também abre suas janelas e portas para os transeuntes de nossa música, os que sempre estão de passagem, mas que sempre dão o ar da graça e ajudam a construir tudo isso".
Parcerias
Quando questionado sobre O Bora! participar de algum edital público de governos, municipal, estadual ou federal, Alan Mendonça disse que o único projeto aprovado em edital com o nome do coletivo foi o da Mostra Bora!, evento que acontecerá este ano na Praça do Ferreira, com três dias de shows gratuitos envolvendo os membros do coletivo. O grupo lançou, no ano passado, a acoletânea " Bora! Ceará Autoral Criativo". "Essa mostra será gravada e, posteriormente, vamos lançar um CD ao vivo, com os mesmos integrantes da nossa coletânea. Todos interpretaram canções diferentes, mas de seus respectivos repertórios"
Isso não impede que os artistas integrantes do coletivo participem de projetos da lei de incentivo "Foram aprovados alguns projetos individuais de membros, tanto em nível estadual quanto municipal. Assim, muito em breve, teremos o CD do Daniel Sombra com Vitor Duarte, o do Davi Silvino, o do Wilton Matos, os discos do Lifanco e do Ermano Morais (ambos artistas da região do Cariri cearense), além do segundo álbum do Marco Leonel Fukuda e um novo trabalho da Marta Aurélia. Também teremos um da Aparecida Silvino, interpretando canções do Eugênio Leandro, e outro de canções minhas, em parceria com Rogério Franco, interpretadas por Rodger Rogério e Téti. Em termos de editais de shows para preenchimento das programações dos centros culturais, aprovamos alguns no Banco do Nordeste e no Dragão do Mar".
Críticas
Fazendo uma avaliação das políticas públicas dos governos, municipal, estadual e federal, Alan Mendonça conta que o único prêmio federal conquistado foi o de Sílvia Colares, atualmente em processo de captação. "Acho que deveríamos investir mais tempo visando às possibilidades nacionais, tanto por que são mais abrangentes e com oportunidades de captação de recursos mais condizente com o fazer profissional das atividades artísticas", avalia.
Em âmbito local, Alan Mendonça não poupa críticas aos projetos públicos. "Nós que seguimos a linha do autoral em nosso estado não somos bem compensados no aspecto financeiro. Seguimos sempre aos trancos e barrancos e sendo o que Deus quiser e o diabo permitir, no ´Auto da Desarrumada e Desgovernada Cultura Cearense´. Os editais a nível municipal e estadual não suportam financeiramente alguns pontos da produção que acabam sendo realizados de uma forma provinciana".
O compositor cearense segue com críticas aos projetos públicos. "Estranho é imaginar que quem concebeu os valores empregados nesses editais desconhece as etapas do processo ou, simplesmente, as desconsiderou financeiramente de forma arbitrária. Mais estranho ainda é perceber que as políticas públicas dessas instâncias se escondem na falsa imagem de democracia, presente na política de editais, e, praticamente, se anulam do pensar cotidiano do fazer cultural, que deveria ser regido por visões estratégicas e de construção de uma cidade e de um estado mais forte culturalmente e não como entrepostos de forasteiros culturais. A maior parte de nossas políticas públicas de cultura nada mais é do que o cacique entregando as riquezas da tribo aos ´estrangeiros´ de passagem rápida por nossa aldeia", alfineta.
CDs do Bora!
Alan Mendonça faz uma listagem dos CDs lançados pelo coletivo artístico de Fortaleza, os discos com a marca Bora!, todos pela Radiadora Cultural foram os seguintes: ´Mãe´, de Aparecida Silvino; ´Nascente´, de Marco Leonel Fukuda; ´Bora!´, do Ceará Autoral Criativo; ´Loas´, do Maracatu Az de Ouro; ´A casa é sua´, de Caio Castelo, Felipe Breier, Joyce Custódio, Lia Veras e Wilton Matos; ´Cântaros e Quartinhas´, de Cântaro e Água de Quartinha, e ´Entre a lona e picadeiro´, de Ayrton Pessoa, Carlos Hardy, Fabrício da Rocha, Marco Leonel Fukuda e Rafael Viera.
Para os lançamentos dos discos, o Bora! Ceará Autoral Criativo e os artistas do coletivo tiveram apoio de pessoas e entidades como a Paróquia do Cristo Rei, a Casa de Música, a Imagem.Som, o SESC, o Compasso Estúdio, do Daniel Alencar. Todos os CDs são produtos do Bora! com o Radiadora Cultural e Alan Mendonça explica como funciona a parceria. "A Radiadora Cultural é um selo musical com foco na veiculação da música cearense. Neste contexto, há o encontro com as ideias do Bora! e esse caminhar junto acaba sendo natural e construtivo. As duas "instituições" são parceiras, todavia, independentes. Esse encontro vem dando certo, gerando e realizando todos esses projetos e muitos outros que estão por vir", detalha o agitador cultural do Bora!.
PRÓXIMAS AÇÕES
Domingo - Às 18h, no Auditório do Dragão do Mar. Show " Dança dos Sonhos", com Joyce Custódio. Ingressos: R$ 2 / R$ 1
13/04 - Às 20h , no Sabor & Tom Restô. Projeto A Gente Não Quer Só Comida. Show "Nascente", com Marco Leonel Fukuda. Ingresso: R$ 4
15/04 - Às 19h, no Sesc Iracema. Projeto Um Mais Um Mais Que Dois. Shows das bandas " Eletrocactus" e "Renegados". Ingressos: R$ 6 e R$ 3
17/04 - Às 16h, no Passeio Público. Projeto Ensaio Aberto. Show "Enquanto a Cidade Dorme", com Felipe Breier, Lenine Rodrigues e Alan Mendonça + canjões. Gratuito
20/04 - Às 20h, no Sabor & Tom Restô. Projeto A Gente Não Quer Só Comida. Show "Enfim Nós", com Comparsas da Vivenda. Ingressos: R$ 4
NELSON AUGUSTOREPÓRTER
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