Alberto Bernardo diz que parte de sua obra está no site. A nova coleção, baseada na mitologia, tem presença marcante de móbiles articulados e divertidos FOTO: NATINHO RODRIGUES |
Fortaleza. "Eu queria mesmo era fazer brinquedo e soltar para a meninada". Foi com esta intenção que Alberto Bernardo, artista cearense de 40 anos, 17 deles dedicados a criar, recriar e esculpir brinquedos, começou o seu ofício. Hoje, ele comemora sua caminhada pela cultura popular cearense, artesania e criação de brinquedos, lançando a página eletrônica http://www.albertobernardo.com.br/. Neste novo espaço, o internauta poderá conhecer detalhes de sua obra, de sua história e parte do acervo produzido ao longo dos anos.
Ele conta que desde os 14 anos faz brinquedos e somente a partir dos 23 anos de idade começou a viver da sua arte. Tudo começou com um curso de audiovisual oferecido pelo Instituto Dragão do Mar. Através desse curso ele participou de outras três oficinas de brinquedos: duas com o artista Dim, com quem aprendeu oito brinquedos, e uma outra com o Mestre Zezito.
"Quem deu este aval mesmo, foi o Instituto Dragão do Mar. Eles acreditaram nestas duas pessoas. Eles vieram falar do audiovisual e fizeram um trabalho tão bom que deram as oficinas de brinquedo", avalia Alberto. Mas a sua busca por novos conhecimentos não parou por aí. Entre vivências artísticas e pesquisas conceituais, Alberto foi buscar nos santeiros de Canindé as noções de escultura; nas inscrições rupestres, o desenho local; no maracatu, as cores; observar o sol do Ceará, como a grande luz para o seu trabalho; e entre tantas outras manifestações, procurou mergulhar na cultura cearense, sem perder o foco no global: o brinquedo.
Este instrumento lúdico faz parte de todas as culturas. Compõe o imaginário de crianças e adultos. É através dele que o homem conta a sua interação com o mundo. O brinquedo é universal. Apesar de possuir nomes diferentes em diversos países, mantém suas características. Para Alberto, o seu trabalho também é trilhado neste sentido: "é contar a mesma história de forma diferente". Ele diz que procura dar uma nova roupagem aos brinquedos, de forma que gere interesse nos meninos, porque senão "tende a desaparecer, a ficar no esquecimento".
O artista diz, ainda, que o seu trabalho busca "romper com a cultura do descartável", fortalecida pela indústria de consumo. "Escolho uma madeira de qualidade, colhida no momento certo, que não mofa, tem durabilidade. Os meninos tão lá brincando, montando e desmontando os brinquedos. Eles têm durabilidade, foram feito para isso", afirmou o artista. Além da criação de brinquedos, Alberto Bernardo divide seu tempo e seu conhecimento com crianças, adolescentes e adultos, durante oficinas. "Tenho feito oficinas em escolas e projetos. A última foi no Assentamento Rural Boa Vista, em Quixadá", conta. Em sua página eletrônica, escolas e projetos podem escolher qual oficina se encaixa à sua necessidade. Ele oferece a oficina "A natureza do brincar: brinquedos e brincadeiras", para crianças de 7 a 11 anos; "Brinquedos tradicionais", destinada a crianças e jovens, entre 12 e 20 anos; e "Brinquedos e brincadeiras tradicionais", para educadores e educadoras.
No menu "Espaço do Brincar", o internauta poderá conferir um acervo criado especialmente para o projeto Espaço de Referência do Brincar, do programa Ceará Cresce Brincando, desenvolvido pelo Unicef, Instituto Stela Naspolini e Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do ceará (APDMCE). Os brinquedos podem ser apreciados nas brinquedotecas de Pedra Branca, Tejuçuoca e Viçosa do Ceará. Além deste acervo, Alberto Bernardo também preparar brinquedos e brincadeiras para ambientar espaços de bibliotecas e escolas. "O Dragão do Mar, por exemplo, adquiriu cinco peças minhas, mais da linha santeira, mas não está exposta, ainda", disse.
Alberto divide seu trabalho basicamente em três linhas: populares, santeiro e mitológicos. A primeira linha aglutina os brinquedos tradicionais: mané gostoso, mais conhecido como trapezista; joão teimoso; os que retratam manifestações culturais, como o forró, entre outros. Na linha santeira, ele reuniu suas esculturas que retratam santos e momentos religiosos, como a Santa Ceia. Já na linha mitológica, ele enquadrou a nova coleção, que vem com brinquedos móbiles, retratando aves, jacarés, por exemplo. O artista espera, agora, fazer uma exposição inédita, "Pino do meio dia". As esculturas narram vivências típicas do Nordeste brasileiro, com ênfase para os fazeres locais. Ele está buscando patrocínio e local para expor seu trabalho. "Precisa de toda uma estrutura. Não adianta colocar em um lugar, sem luz legal, sem divulgação. A exposição fica em casa".
MAIS INFORMAÇÕES
Alberto Bernardo
http://www.albertobernardo.com.br/
E-mail: albertobrinquedos@gmail.comTelefone: (85) 8749.1388
Emanuelle LoboRepórter
"Quem deu este aval mesmo, foi o Instituto Dragão do Mar. Eles acreditaram nestas duas pessoas. Eles vieram falar do audiovisual e fizeram um trabalho tão bom que deram as oficinas de brinquedo", avalia Alberto. Mas a sua busca por novos conhecimentos não parou por aí. Entre vivências artísticas e pesquisas conceituais, Alberto foi buscar nos santeiros de Canindé as noções de escultura; nas inscrições rupestres, o desenho local; no maracatu, as cores; observar o sol do Ceará, como a grande luz para o seu trabalho; e entre tantas outras manifestações, procurou mergulhar na cultura cearense, sem perder o foco no global: o brinquedo.
Este instrumento lúdico faz parte de todas as culturas. Compõe o imaginário de crianças e adultos. É através dele que o homem conta a sua interação com o mundo. O brinquedo é universal. Apesar de possuir nomes diferentes em diversos países, mantém suas características. Para Alberto, o seu trabalho também é trilhado neste sentido: "é contar a mesma história de forma diferente". Ele diz que procura dar uma nova roupagem aos brinquedos, de forma que gere interesse nos meninos, porque senão "tende a desaparecer, a ficar no esquecimento".
O artista diz, ainda, que o seu trabalho busca "romper com a cultura do descartável", fortalecida pela indústria de consumo. "Escolho uma madeira de qualidade, colhida no momento certo, que não mofa, tem durabilidade. Os meninos tão lá brincando, montando e desmontando os brinquedos. Eles têm durabilidade, foram feito para isso", afirmou o artista. Além da criação de brinquedos, Alberto Bernardo divide seu tempo e seu conhecimento com crianças, adolescentes e adultos, durante oficinas. "Tenho feito oficinas em escolas e projetos. A última foi no Assentamento Rural Boa Vista, em Quixadá", conta. Em sua página eletrônica, escolas e projetos podem escolher qual oficina se encaixa à sua necessidade. Ele oferece a oficina "A natureza do brincar: brinquedos e brincadeiras", para crianças de 7 a 11 anos; "Brinquedos tradicionais", destinada a crianças e jovens, entre 12 e 20 anos; e "Brinquedos e brincadeiras tradicionais", para educadores e educadoras.
No menu "Espaço do Brincar", o internauta poderá conferir um acervo criado especialmente para o projeto Espaço de Referência do Brincar, do programa Ceará Cresce Brincando, desenvolvido pelo Unicef, Instituto Stela Naspolini e Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Estado do ceará (APDMCE). Os brinquedos podem ser apreciados nas brinquedotecas de Pedra Branca, Tejuçuoca e Viçosa do Ceará. Além deste acervo, Alberto Bernardo também preparar brinquedos e brincadeiras para ambientar espaços de bibliotecas e escolas. "O Dragão do Mar, por exemplo, adquiriu cinco peças minhas, mais da linha santeira, mas não está exposta, ainda", disse.
Alberto divide seu trabalho basicamente em três linhas: populares, santeiro e mitológicos. A primeira linha aglutina os brinquedos tradicionais: mané gostoso, mais conhecido como trapezista; joão teimoso; os que retratam manifestações culturais, como o forró, entre outros. Na linha santeira, ele reuniu suas esculturas que retratam santos e momentos religiosos, como a Santa Ceia. Já na linha mitológica, ele enquadrou a nova coleção, que vem com brinquedos móbiles, retratando aves, jacarés, por exemplo. O artista espera, agora, fazer uma exposição inédita, "Pino do meio dia". As esculturas narram vivências típicas do Nordeste brasileiro, com ênfase para os fazeres locais. Ele está buscando patrocínio e local para expor seu trabalho. "Precisa de toda uma estrutura. Não adianta colocar em um lugar, sem luz legal, sem divulgação. A exposição fica em casa".
MAIS INFORMAÇÕES
Alberto Bernardo
http://www.albertobernardo.com.br/
E-mail: albertobrinquedos@gmail.comTelefone: (85) 8749.1388
Emanuelle LoboRepórter
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