sábado, 8 de janeiro de 2011

Ceará pode ser um dos mais beneficiados

A ampliação das redes sociais e das políticas de transferência de renda e inclusão produtiva, anunciada na última quinta-feira pela ministra da pasta de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, com a criação do PAC de combate à miséria, poderá fazer do Ceará um dos estados mais beneficiados com o programa no País..  
Dilma irá priorizar combate à pobreza (ELZA FIÚZA/ABR)
Dilma irá priorizar combate à pobreza (ELZA FIÚZA/ABR)
É o que acredita o pesquisador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), da Universidade Federal do Ceará, Carlos Manso, um dos autores de uma pesquisa apresentada em setembro do ano passado ao governador Cid Gomes (PSB), com o cálculo do custo fiscal para a erradicação da miséria no estado.
Para o pesquisador, como a região Nordeste concentra metade da pobreza do Brasil e o Ceará é um dos estados que tem o maior contingente de pessoas nesta situação - é o 5º colocado no ranking pela quantidade de pessoas em termos absolutos e o 6º em termos proporcionais - receberá a maior parte dos investimentos destinados ao programa.O Bolsa Família, visto até então como o eixo central das políticas sociais do governo federal, não consegue, segundo ele, alcançar toda a população que vive na extrema linha de pobreza do estado, e, por isso, há necessidade da criação de um programa que reúna políticas que cheguem “de forma direta” à população.

“Ainda existe muita gente que não é beneficiada com os programas do Governo. Elas estão tão desestruturadas que não têm, sequer, acesso aos programas. No caso do Bolsa Família, elas têm que se inscrever e muitos nem sabem disso”, explicou Manso.

De acordo com o pesquisador, o objetivo do PAC de combate à miséria deverá ser alcançado, justamente em razão de 12 ministérios estarem reunidos para estruturar projetos que “consigam ir diretamente à população”.

Coordenação
Ainda segundo Manso, a coordenadora escolhida para comandar o novo PAC, a cearense Ana Fonseca, também deverá facilitar a atuação do programa no Estado. “Além de ela já ter experiência na área de políticas sociais, tem prestígio no governo e conhece de perto os problemas da nossa população”, justificou.
O POVO entrou em contato com a assessoria do ministério, porém, Ana Fonseca, não está concedendo entrevistas, até segundas ordens da presidente Dilma.

Por que

ENTENDA A NOTÍCIA

Desde o segundo governo do ex-presidente Lula que são criados grandes programas para enfrentar os maiores problemas do país. Foi assim no caso da infraestrutura e da segurança do país, com o PAC e o Pronasci.

CONHEÇA MAIS SOBRE A COORDENADORA DO PAC DE COMBATE À MISÉRIA

A pesquisadora Ana Fonseca, que vai coordenar o PAC de combate à miséria, concedeu entrevista ao jornal O POVO no dia 25 de setembro de 2006, dias antes das eleições daquele ano, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reelegia para comandar o Palácio do Planalto.

Na entrevista, Fonseca, que foi integrante da equipe que formulou as políticas sociais do primeiro governo Lula, ainda na época da transição, e depois responsável por comandar a unificação dos programas sociais e a implantação do Bolsa-Família no primeiro momento, disse que os limites do programa seriam determinados pela vontade política do governo que viria.

Ela avaliou as possibilidades e os caminhos a serem seguidos pelo Bolsa Família a partir daquele momento e ressaltou que a adoção de políticas do gênero no combate à pobreza era uma tendência não só do Brasil, mas de toda a América Latina.

Ana Fonseca, especialista em programas de transferência de renda, também destacou que o cenário ideal para que uma pessoa beneficiária do Bolsa-Família saísse do programa seria por iniciativa própria.

Para ela, o ideal seria que a pessoa não precisasse mais do apoio financeiro da bolsa. Segundo ela, era “importante que o Bolsa-Família funcionasse como uma entrada para uma rede de proteção social. O pior dos mundos seria sair do programa só porque já não tem as crianças na faixa de idade. O grande desafio desse programa, e dos programas na América Latina e no Caribe, é como atuar de forma intersetorial em relação aos componentes da família”, destacou.

Por:Ranne Almeida

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