terça-feira, 30 de novembro de 2010

IBGE:43 municípios contestam o Censo e pedem recontagem

Moreira disse que a expectativa dos gestores é de que a população
sempre cresça, mas há uma nova dinâmica e, devido a
vários fatores, há decréscimo da taxa de fecundidade
FOTO: MIGUEL PORTELA
Os primeiros dados oficiais do Censo 2010 foram divulgados durante a tarde de ontem, na sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em Fortaleza. O estudo revelou uma população cearense de 8.448,055 milhões de habitantes, o que representa um crescimento de 13,69%, se comparado com a última pesquisa feita em 2000, onde o total era de 7.430,661. Porém 43 municípios contestaram a contagem e pediram revisão.

O chefe da Unidade Estadual do IBGE, Francisco José Moreira Lopes, disse que o serviço de revisão foi feito espontaneamente em 144 cidades, não só nas 43 em que houve contestação.
"Na verdade a expectativa dos gestores é que a população sempre cresça, o que consequentemente a leva a receber mais recursos em toda às áreas como saúde, educação, entre outras". Ele explicou que as comunidades têm crescido de uma forma mais lenta, "há uma nova dinâmica devido a vários fatores, um deles é o decréscimo na taxa de fecundidade, planejamento familiar e etc", informou.
entre os estados da região Nordeste, o Ceará foi o quarto com maior aumento populacional, é o terceiro mais populoso, já no âmbito nacional é o oitavo em quantidade de habitantes.
Moreira informou ainda que 13 municípios tiveram aumento no repasse de verbas do Fundo de Participação dos Municípios, e que oito sofreram redução. "O aumento ou diminuição desse repasse se dá de acordo com o alcance ou não de um coeficiente do FPM, que é determinado pelo Tribunal de Contas da União", disse.
Já a Capital está com 2.447,409 habitantes, demonstrando uma elevação percentual de 14,29%, isso se comparado com o último levantamento, onde os cidadãos chegavam a 2.141,402. Os números tornam Fortaleza a quinta capital mais populosa do País.
A coordenadora técnica do Censo no Estado, Ana Eugênia Ribeiro de Almeida, informou que 14 mil domicílios deixaram de ser recenseados.
"Nós chegávamos às residências, porém o morador não estava, então esses foram tidos como domicílios vazios. É bom que a população saiba disso, pois algumas pessoas podem dizer que não receberam a visita do recenseador, quando na verdade ele foi lá diversas vezes", acrescentou ela.
É o caso da taxista Maria Francisca Ferreira, 53 anos, moradora do bairro Bonsucesso, que mora só. "Eu não participei, pois passo o dia na rua trabalhando, então não tomei conhecimento da visita deles, já que chegaram a bater em minha porta". O chefe da Unidade Estadual do IBGE, Francisco José Moreira Lopes, ressaltou que situação parecida foi constatada em todo o Ceará, principalmente no interior. "A diferença é que na Capital houve o problema de horário, mas os domicílios não estavam abandonados, no interior detectamos o abandono das residências, muitas vezes causado pela escassez de água, principalmente na área rural".
Outro detalhe importante apontado por ele é que 75,09% da população cearense está na região urbana, ou seja, 6.343,990. Enquanto que 2.104,065 estão na área rural, o que representa 24,91%. Os maiores crescimentos populacionais observados na década foram nos municípios de Horizonte, com 63,23%; Eusébio (46,18%); e Jijoca de Jericoacoara, com 40,64% .
"Isso demonstra o investimento tanto no setor industrial, o que gera emprego e renda, como também no setor turístico, no caso de Jijoca". Com relação a quantidade de homens e mulheres residentes no estado, o estudo revelou que mais da metade da população é feminina, o que corresponde a 4.329,989. Enquanto que os homens representam 4.1180,66, ou seja, 48,75% dos cearenses.
As três cidades com maior número de mulheres são Fortaleza, Juazeiro do Norte e Crato, em todas as população feminina é mais da metade. Já em localidades com Amontada, Tururu e Ibicuitinga acontece justamente o inverso disso, os homens são a maioria.

THAYS LAVORREPÓRTER- DN

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